Para enfrentar seus desafios urbanos, o Egito apostou alto: criou mais de 40 cidades do zero em pleno deserto, incluindo uma nova capital repleta de monumentos grandiosos. O problema é quase ninguém se mudou para lá.
Hoje, cerca de 107 milhões de egípcios vivem espremidos em apenas 4% do território do país. A resposta do governo foi distribuir a população construindo megacidades planejadas, com a mesma intensão da mudança da capital brasileira para Brasília nos anos 1950, com o objetivo de ocupar áreas menos povoadas do país.
A nova capital egípcia, localizada a 60 km do Cairo, ostenta a maior catedral do Oriente Médio, a torre mais alta da África e até uma vila olímpica, mas esbarra no básico, que é a falta de moradores.
O grande entrave é econômico, já que os imóveis são inacessíveis para a maioria da população. Cerca de 80% dos egípcios não conseguem pagar pelos apartamentos oferecidos, o que mantém a taxa de ocupação abaixo de 30% em muitos desses centros.
Mais de US$ 58 bilhões foram investidos até agora, sendo US$ 10 bilhões só em 2023, para acelerar as obras. Por enquanto, as novas cidades funcionam mais como vitrines bilionárias do que como lares para os egípcios.