As recentes mudanças na legislação trabalhista já começam a se refletir nos bolsos dos brasileiros. Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revelou que, no segundo trimestre de 2025, trabalhadores informais e autônomos registraram crescimento salarial superior ao dos empregados com carteira assinada (CLT).
De acordo com os dados, os salários dos CLTs tiveram um aumento médio de 2,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Já os informais e autônomos apresentaram altas mais expressivas, de 6,8% e 5,6%, respectivamente.
Mesmo assim, a renda média dos trabalhadores formais segue mais elevada: R$ 3.171, contra R$ 2.955 dos autônomos e R$ 2.213 dos informais. A diferença, no entanto, vem diminuindo. Em 2021, os salários dos CLTs superavam os dos autônomos em 25%. Hoje, essa distância caiu para apenas 7,3%, sinalizando uma mudança importante na dinâmica do mercado de trabalho.
Apesar do avanço, o crescimento no setor informal e autônomo levanta preocupações. Sem contribuição regular ao INSS, muitos trabalhadores ficam de fora da cobertura previdenciária e de benefícios como aposentadoria. Os Microempreendedores Individuais (MEIs), por exemplo, têm acesso a alguns direitos, mas a contribuição de 5% sobre o salário mínimo não garante, no futuro, uma renda compatível com o atual custo de vida.
