O vice-presidente Geraldo Alckmin, que também comanda o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), afirmou nesta quinta-feira (8) que o plano de contingência para ajudar os setores brasileiros atingidos pela nova tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos deve ser anunciado até a próxima terça-feira (12).
Segundo Alckmin, a proposta já foi apresentada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que concluiu a análise do material na noite anterior. A decisão final sobre o conteúdo do plano será tomada por Lula nos próximos dias.
“O presidente vai bater o martelo e aí vai ser anunciado. Se não for amanhã, provavelmente na segunda ou terça-feira”, disse o vice-presidente em entrevista concedida no estacionamento do MDIC, em Brasília.
Socorro com base na exposição de cada setor
Alckmin explicou que o plano pretende focar nos segmentos mais impactados pelas tarifas norte-americanas, estabelecendo uma espécie de “régua” para medir o grau de exposição de cada setor ao mercado dos EUA. A ideia é que o apoio seja mais preciso, de acordo com a dependência de exportação de cada empresa.
“Há setores em que mais de 90% [da produção] vai para o mercado interno, com exportações de 5%, no máximo 10%. E tem setores que exportam metade ou mais da produção para os Estados Unidos. Esses foram muito expostos”, destacou.
O ministro citou o exemplo do setor de pescados para ilustrar a necessidade de diferenciar o impacto dentro de um mesmo ramo. Segundo ele, enquanto a tilápia tem consumo majoritariamente interno, o atum é voltado quase integralmente à exportação, tornando-se mais vulnerável à tarifa.
Conversas diplomáticas
Alckmin também comentou, de forma breve, o encontro com o encarregado de negócios da embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar. A reunião ocorreu fora da agenda oficial, na tarde desta quinta-feira, no próprio ministério.
“Foi muito boa”, limitou-se a dizer.
Antes de se encontrar com Alckmin, Escobar já havia se reunido com o senador Nelsinho Trad (PSD-MS), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, e visitado a Câmara dos Deputados.
