Axé Odará, Dete Lima é o nome da coleção que a baiana Isa Silva apresenta, nesta sexta-feira (3), no Festival Feira Preta, realizado no Museu Afro Brasil Emanoel Araújo, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. Trata-se de uma homenagem à criativa, conhecida por sua contribuição à estética afro-brasileira como estilista das Deusas do Ébano do bloco afro llê Aiyê, no Curuzu, em Salvador.
Segundo Isa, Dete Lima é uma inspiração fundamental em sua carreira, além de “uma figura representativa da moda nacional afro-brasileira”. Durante sua jornada na universidade, ela afirma ter sentido a ausência de representatividade negra na moda. Foi então que encontrou na figura da criadora, a “orientação necessária para compreender e valorizar a moda nacional que almejava”.
Dete, que também é artista plástica, é responsável pela criação das fantasias dos associados do bloco, bem como dos trajes das Rainhas do Carnaval e dos músicos da Banda Aiyê. A coleção “Axé Odará” reflete a admiração de Isa por ela, “combinando elementos ancestrais e energia positiva”. Os tecidos utilizados são 100% algodão das tecelagens nacionais parceiras da marca: Cataguases e Vicunha Textil.
A cartela de cores da coleção apresenta predominantemente o branco, “simbolizando respeito e elegância”. Além disso, inclui estampas compostas com as cores tema do primeiro bloco afro no Brasil, o llê Aiyê: vermelho (representando o sangue derramado pelos negros no período da escravidão no Brasil), amarelo (simbolizando o poder), preto (a cor da pele do povo negro) e branco (representando o Orixá da paz, Oxalá).
Wladia Goes. Foto: divulgação
O desfile contará com a presença de Dete Lima e suas filhas, Valéria e Catarina Lima, que juntas lideram o Instituto da Mulher Negra Mãe Hilda de Jitolu, além da Deusa do Ébano Larissa Valéria. Na passarela, os looks serão apresentados por um casting diverso e inclusivo, formado por convidadas, como a influenciadora Wladia Goes, além das família Massena: as gêmeas Susana e Suzane, que já foram capa da Vogue Japão, sua irmã, Suelen Massena, e a mãe delas, Maria Massena, todas baianas.
Família Massena. Foto: reprodução Redes Sociais
O evento também será uma homenagem aos 50 anos de bloco e 70 anos de Dete. A trilha fica nas mãos da Band’Aiyê.
