A presença de caravelas-portuguesas nas praias de Salvador acendeu um alerta da Coordenadoria de Salvamento Marítimo (Salvamar), especialmente pelo aumento recente de casos de queimaduras provocadas por esses animais marinhos. Apenas nos últimos três dias, foram registradas 10 ocorrências, número que quase se iguala ao total contabilizado em todo o ano, de 14 casos, reforçando a necessidade de atenção redobrada por parte dos banhistas.
O alerta é sinalizado por meio da bandeira roxa, conforme o modelo nacional adotado pela Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), e indica a presença de organismos marinhos perigosos. Embora o aparecimento de caravelas seja mais comum entre os meses de abril e junho, o fenômeno tem ocorrido com maior frequência recentemente em razão das chuvas constantes e da influência de frentes frias.
“Entramos agora no Verão, mas fomos surpreendidos por uma quantidade muito grande de caravelas que chegou às nossas praias desde a última quarta-feira. A presença delas é incomum no Verão, mas é previsível quando há frentes frias com possibilidade de alcançar a nossa costa”, explica o coordenador da Salvamar, Kailani Dantas.
Segundo ele, as caravelas-portuguesas não possuem capacidade de natação própria e acabam sendo levadas até a faixa de areia pela ação dos ventos e das correntes marinhas. “Ao observar a bandeira roxa ou a presença de animais marinhos como caravelas na areia da praia, é importante que as pessoas evitem o banho de mar e busquem a maior distância possível”, orienta.
O contato com a pele libera toxinas que causam queimaduras, muitas vezes tratadas de forma inadequada. Em casos de acidente, a Salvamar recomenda que o local não seja lavado com água doce, mas sim com água do mar, que os tentáculos ainda presentes na pele sejam retirados com cuidado, que se aplique vinagre para ajudar a inativar as toxinas e compressas frias para aliviar a dor. Em situações com sintomas mais graves, a orientação é procurar atendimento médico.
