Criador do termo ‘Ba-Vi’ e primeiro diretor da TV Bahia, Carlos Libório é enterrado sob forte comoção

Criador do termo ‘Ba-Vi’ e primeiro diretor da TV Bahia, Carlos Libório é enterrado sob forte comoção

Redação Alô Alô Bahia

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Tiago Mascarenhas

TV Bahia/Bruno Wendel/CORREIO

Publicado em 21/12/2025 às 19:48 / Leia em 3 minutos

O jornalismo baiano se despediu, na manhã deste domingo (21), de uma de suas figuras mais emblemáticas. O corpo de Carlos Elysio de Souza Libório foi sepultado sob forte comoção no Cemitério Jardim da Saudade, no bairro de Brotas, em Salvador. A cerimônia reuniu familiares, amigos e diversas gerações de comunicadores que conviveram com o veterano.

Foto: Bruno Wendel/CORREIO

Libório faleceu na última sexta-feira (19), aos 85 anos, após passar uma semana internado na Clínica Florence, na capital baiana. Ele deixa a esposa, Nely Libório, carinhosamente conhecida como dona Lili, e os filhos Leonardo e Mariana.

Foto: Bruno Wendel/CORREIO

Natural de Ilhéus, no sul do estado, ele chegou a Salvador ainda na infância, aos 11 anos, e construiu uma trajetória que se confunde com a própria história da imprensa local.

A paixão pelo esporte foi a porta de entrada para a comunicação e rendeu a Libório um lugar definitivo na cultura popular da Bahia. Foi ele o criador da sigla “Ba-Vi”, utilizada para designar o clássico entre Bahia e Vitória.

A abreviação nasceu da necessidade e da criatividade: durante o fechamento de uma edição do extinto Jornal da Bahia, o jornalista precisava de um título curto para a manchete esportiva. Inspirado em clássicos do eixo Sul-Sudeste, como Fla-Flu e Gre-Nal, ele propôs a junção das sílabas, criando uma marca que atravessou décadas.

Formado em Direito, Libório transitou com excelência pelo impresso, rádio e televisão. Integrou a primeira equipe da revista Placar nos anos 1970, atuou na Veja, na Rádio Cruzeiro e foi editor do histórico Repórter Esso na TV Itapoan.

No entanto, foi na TV Bahia que consolidou seu maior legado executivo. Em 1985, aceitou o convite para ser o primeiro diretor de Jornalismo da emissora, cargo que ocupou por 23 anos. Sob sua gestão, a afiliada da Globo tornou-se referência de audiência e credibilidade no Norte e Nordeste. Ele costumava dizer que “foi ali que se realizou plenamente como profissional”.

Conhecido pelos colegas como “Professor Libório”, ele também marcou época na academia. Foi docente da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e pioneiro na implantação de programas de estágio, sendo responsável pela formação de inúmeros talentos que hoje atuam no mercado.

Entre 1981 e 1983, também exerceu cargo público, assumindo a Secretaria de Comunicação do Estado. Seu legado foi reconhecido em vida com diversas honrarias, incluindo o título de Cidadão Soteropolitano (1996) e a Medalha do Mérito Eleitoral da Bahia (2002).

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