As filmagens de Maçalê, documentário sobre o multiartista baiano Tiganá Santana, foram iniciadas em Salvador. Dirigido por Ba-Senga, o longa propõe uma imersão sensorial na trajetória do músico, filósofo, pesquisador e professor, reconhecido como o primeiro artista brasileiro a compor e gravar canções em línguas africanas como kikongo e kimbundu.
Além da capital baiana, na qual as gravações incluíram visitas ao terreiro em que o artista foi iniciado, à casa da família e aos espaços que moldaram sua formação, a obra terá filmagens em São Paulo, cidade onde Tiganá vive e trabalha. O percurso culminará até o norte de Angola, na região de M´Banza-Kongo, fronteira com o sul do Congo, território onde as línguas que Tiganá utiliza em suas composições são cotidianas. A viagem está prevista para ocorrer entre o fim de janeiro e o início de março.
Para Ba-Senga, o maior desafio é transmitir, por meio do filme, a experiência sensorial que ele próprio teve ao descobrir Tiganá Santana. “Não queremos dizer ‘vejam como ele é grandioso’, mas abrir as portas para um universo que poucos conhecem, cheio de camadas, sensações e descobertas”, afirma o diretor.
Sinopse
Em 2009, o multiartista e intelectual baiano Tiganá Santana lançou Maçalê, o primeiro álbum de um compositor brasileiro com canções autorais em línguas africanas. Quase vinte anos depois, o diretor moçambicano radicado em São Paulo Ba-Senga documenta o feito a partir de um registro histórico e emocionante de uma apresentação de Tiganá Santana em solo africano, diante de uma plateia falante de kikongo e kimbundu. Produzido pela Tabuleiro Filmes, criada por Issis Valenzuela e Vinicius Prado Martins, o filme ainda não tem data de lançamento definida.