Milton Nascimento será homenageado com título de Doutor Honoris Causa pela Fiocruz

Milton Nascimento será homenageado com título de Doutor Honoris Causa pela Fiocruz

Redação Alô Alô Bahia

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Luana Veiga

Augusto Nascimento

Publicado em 15/12/2025 às 15:55 / Leia em 3 minutos

O cantor e compositor Milton Nascimento vai receber, nesta terça-feira (16), o título de Doutor Honoris Causa pela Fundação Oswaldo Cruz. Aprovada por unanimidade pelo Conselho Deliberativo da Fiocruz, a homenagem “reconhece a relevância da obra de Milton como instrumento de resistência, crítica social e afirmação de identidades ao longo de mais de seis décadas de trajetória artística”, informa a instituição.

A titulação Honoris Causa é a mais alta distinção concedida por universidades e instituições de ensino, destacando personalidades que tenham contribuído de maneira relevante para o desenvolvimento científico, filosófico ou artístico.

“O legado artístico de Milton Nascimento é inegável e sua obra está em sintonia com a missão da nossa instituição. Desde o início da carreira, ‘Bituca’ utilizou seu canto e sua musicalidade como instrumentos de conscientização, transformação social e resistência democrática”, afirma o presidente da Fiocruz, Mario Moreira.

A entrega do título será feita na sede da Fiocruz Minas, em Belo Horizonte, cidade onde o cantor consolidou sua carreira. Milton será representado pelo maestro de sua banda, Wilson Lopes.

O artista, de 83 anos, tem enfrentado questões de saúde e, em outubro, a família revelou que ele foi diagnosticado com demência por corpos de lewy. Sua turnê de despedida dos palcos foi realizada em 2022 e, em agosto do ano passado, ele lançou Milton + Esperanza, álbum de estúdio em colaboração com a cantora de jazz americana Esperanza Spalding.

Em recente entrevista a Revista Piauí, o empresário Augusto Kesrouani, filho de Bituca, relatou que os primeiros sintomas da doença do artista começaram no fim de 2024. Na ocasião, ele também relembrou a ‘viagem de despedida’ que fez com o astro da MPB.

“Em maio, decidi fazer uma viagem de motorhome com ele. Rodamos aproximadamente 4 mil km. Eu dirigia com ele sempre ao meu lado de copiloto e escolhendo as músicas. De alguma forma, eu sabia que aquela viagem seria uma despedida desses momentos. Dentro das limitações dele, nos divertimos muito e, quando voltamos, ele só dizia que havia sido a melhor viagem da vida dele”, contou.

Augusto detalhou ainda como tem sido a convivência com Milton. “Nossos diálogos, desde então, têm sido, em sua maioria, silenciosos ou um pouco confusos. Meu pai me chama e tenta falar comigo, mas nem sempre consegue se expressar. As inúmeras ligações a cada vez que eu viajo para trabalhar, já não existem mais, nem mesmo a curiosidade por boas fofocas da vida”, disse.

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