Barcelona em chamas e segredos à vista: por que ‘Cidade de Sombras’ virou o novo thriller viciante da Netflix

Barcelona em chamas e segredos à vista: por que ‘Cidade de Sombras’ virou o novo thriller viciante da Netflix

Redação Alô Alô Bahia

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Redação Alô Alô Bahia

Divulgação / Netflix

Publicado em 14/12/2025 às 08:33 / Leia em 3 minutos

Cidade de Sombras chegou à Netflix como uma daquelas minisséries que você começa “só para ver o piloto” e, quando percebe, já está calculando se dá para terminar no mesmo dia. Em seis episódios, o suspense espanhol usa Barcelona não só como cenário, mas como atmosfera: bela, turística, e ao mesmo tempo inquietante.

O ponto de partida é direto e perturbador: um corpo em chamas aparece pendurado em um dos edifícios mais icônicos de Gaudí, e o caso força a volta à ativa de um detetive desacreditado. A partir daí, a série aposta em investigação, tensões institucionais e um clima de noir contemporâneo, sem precisar apelar para reviravoltas barulhentas.

Barcelona como personagem, não cartão-postal

O maior trunfo aqui é transformar a cidade em linguagem. A arquitetura vira sensação: curvas, sombras, corredores, ângulos que sugerem desorientação. Em vez de “vender” Barcelona como vitrine, a direção explora o contraste entre a beleza monumental e o que se esconde por trás das fachadas, criando um suspense que parece sempre prestes a transbordar.

Uma investigação com cheiro de noir moderno

O roteiro trabalha bem o jogo clássico do gênero: pistas que abrem portas e fecham outras, suspeitas que se reorganizam, e uma pressão constante para que o caso seja resolvido “do jeito certo” e no tempo certo. A série entende que o mistério fica mais interessante quando não é só sobre o crime, mas sobre o que a investigação revela de quem investiga.

Elenco: química contida e tensão no olhar

Isak Férriz sustenta com credibilidade o peso do protagonista em queda, sem transformar o detetive em caricatura de “anti-herói” automático. Verónica Echegui equilibra firmeza e vulnerabilidade com um timing ótimo para o procedural, e Ana Wagener adiciona densidade às cenas em que a série precisa de gravidade, não de histeria. É um trio que segura o suspense no detalhe, no subtexto e na fricção entre escolhas pessoais e regras do sistema.

Ritmo de minissérie: enxuto, com poucas gorduras

Com seis episódios, Cidade de Sombras raramente perde tempo. A montagem privilegia progressão e tensão, mas sem aquela pressa que atropela personagens. O resultado é um “binge” funcional: cada capítulo termina com gancho suficiente para manter o impulso, enquanto o todo se organiza para fechar um arco com sensação de unidade.

Para quem entra fácil e para quem pode não bater

Se você gosta de suspense policial de clima, com investigação guiada por atmosfera e dilemas, a série entrega. Agora, quem busca ação constante ou um thriller mais “alto”, cheio de espetáculo e aceleração, pode achar o tom mais contido e sombrio do que o esperado. Aqui, o impacto vem mais do peso e da inquietação do que de explosões narrativas.

Cidade de Sombras combina um caso chamativo com uma identidade visual forte e um elenco que trabalha o suspense na precisão. É uma minissérie curta, bem amarrada e com cara de thriller europeu: elegante, tensa e levemente amarga, do jeito que um noir em Barcelona pede.

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