Espécie rara de bromélia coletada na Bahia floresce no Jardim Botânico do Rio

Espécie rara de bromélia coletada na Bahia floresce no Jardim Botânico do Rio

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Luana Veiga

Bruno Rezende

Publicado em 13/12/2025 às 10:02 / Leia em 3 minutos

O Jardim Botânico do Rio de Janeiro descobriu uma espécie de bromélia rara em sua área, que recebeu o nome de Wittmackia aurantiolilacina em função das cores laranja e lilás de suas inflorescências. A espécie foi descrita pelo pesquisador Bruno Rezende, curador da coleção científica de bromélias do Jardim Botânico do Rio, em artigo publicado no dia 19 de novembro deste ano, no periódico Phytotaxa, considerado a maior revista científica do mundo na área de taxonomia botânica.

A espécie é endêmica da Mata Atlântica e foi coletada no Parque Nacional do Alto Cariri, na Bahia, próximo à divisa com Minas Gerais. A coleta foi feita em agosto de 2023 por uma equipe do Centro Nacional de Conservação da Flora, do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, durante expedição do Plano de Ação Nacional para a Conservação de Árvores Ameaçadas de Extinção do Sul da Bahia.

“Foi coletada em agosto de 2023, mas estava sem flor. É o que a gente chama de estéril. Era uma bromélia que não levantava nenhuma suspeita sobre ser algo tão diferenciado”, explicou Bruno Rezende, à Agência Brasil. Ela foi introduzida, então, na coleção científica do bromeliário do JBRJ e também no Refúgio dos Gravatás, em Teresópolis, região serrana do estado.

Floração

A floração da bromélia ocorreu em julho de 2024, no Jardim Botânico, e levou o pesquisador a suspeitar que se tratava de uma espécie nova. “Porque a inflorescência tem uma combinação de cores muito inusitada, laranja com lilás, que não é algo que eu tenha visto em bromélias em 30 anos”, disse Rezende.

Ele contactou um especialista no gênero, com o qual desenvolveu um estudo mais detalhado sobre a planta e juntos publicaram artigo na revista internacional.

Embora a inflorescência nas cores laranja e lilás tenha chamado a atenção dos pesquisadores, Bruno Rezende disse que o que define a espécie nova é um conjunto de características que tem a ver com o formato de sépalas e pétalas, o tamanho que atinge entre essas estruturas “E também a coloração, que deu nome à planta”. As sépalas das bromélias são, geralmente, verdes e têm a função principal de proteger o botão floral.

No Jardim Botânico do Rio, só há um vaso da nova bromélia. Segundo Rezende, dependendo do aporte nutricional, vão se formar dois ou três brotos vegetativos por ano. “Com isso, pode-se fazer uma propagação vegetativa, que é a propagação clonal ou assexuada”. Nesse caso, as mudas são geneticamente idênticas à mãe.

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