Médico avalia aumento da venda de anabolizantes no Brasil e alerta: ‘O espermograma chega a zero’

Médico avalia aumento da venda de anabolizantes no Brasil e alerta: ‘O espermograma chega a zero’

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Surenã Dias

Reprodução

Publicado em 10/12/2025 às 11:32 / Leia em 2 minutos

Cada vez mais popular entre jovens, o uso de anabolizantes tem se tornado uma pauta altamente discutida não somente nas redes sociais, mas também entre a comunidade médica. Segundo dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a venda dessas substâncias no Brasil cresceu 670% em 2024 em comparação aos cinco anos anteriores.

O levantamento acendeu um alerta sobre o consumo irregular desses medicamentos. De acordo com o médico especialista em reprodução humana do IVI Salvador, Dr. Fábio Vilela, o “preço do corpo ideal” pode ser alto e trazer consequências que vão desde infertilidade até alterações hormonais severas.

“Essas substâncias enganam o organismo, fazendo com que o corpo pare de produzir testosterona de forma natural. Isso provoca uma queda significativa na contagem de espermatozoides. Em alguns casos, o espermograma chega a zero”, explica o especialista.

Algumas pesquisas mostram que mais da metade dos homens que interromperam o uso de esteroides ainda apresentavam oligospermia severa após seis meses, e apenas uma minoria recuperou a produção espermática normal.

Mesmo com tratamentos hormonais, como o uso de hCG e citrato de clomifeno, a reversão não é garantida. Além dos impactos na fertilidade, os anabolizantes estão associados a problemas cardiovasculares sérios, como infarto, trombose e insuficiência cardíaca. “O uso de anabolizantes é um fator de risco direto. E não só isso. A reposição hormonal sem acompanhamento especializado também pode piorar a fertilidade, pois bloqueia os estímulos naturais do corpo”, complementa o especialista.

Equilíbrio necessário

A testosterona é o principal hormônio sexual masculino e tem papel importante na libido, na função erétil e na produção de espermatozoides. Homens com níveis naturalmente baixos podem, sim, ter filhos, desde que a produção espermática esteja preservada. O problema surge quando o desequilíbrio hormonal é causado por fatores externos, como o uso de anabolizantes ou a reposição sem orientação médica.

“Em alguns casos, a reposição de testosterona é necessária e benéfica, especialmente em homens com hipogonadismo clínico. Mas é fundamental avaliar a fertilidade antes de iniciar o tratamento, pois algumas terapias reduzem a produção de espermatozoides. Existem alternativas seguras que ajudam a restabelecer os níveis hormonais sem comprometer a capacidade reprodutiva”, explica o Dr. Fábio Vilela.

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