A Polícia Federal identificou, no celular de Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, um contrato no valor de R$ 3,6 milhões mensais destinado ao escritório Barci de Moraes, comandado pela advogada Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
O contrato firmado entre o Master e o escritório teria validade de 36 meses, totalizando R$ 129 milhões. O valor integral, porém, não chegou a ser pago, já que o banco entrou em liquidação antes do término do acordo.
Mensagens internas revelam que os repasses ao escritório eram tratados como prioridade absoluta, mesmo durante o colapso financeiro da instituição. Segundo os registros, Viviane atuava como uma espécie de “representação ampla” do Master sempre que necessário.
Do ponto de vista técnico, não há irregularidade no contrato. Em 2023, o próprio STF decidiu que ministros podem seguir atuando em processos mesmo quando uma das partes é representada por escritórios de parentes, desde que o magistrado não tenha envolvimento direto no caso.
A revelação, no entanto, ocorre justamente no momento em que o ministro Edson Fachin discute a criação de um código de conduta para os integrantes da Corte, após críticas envolvendo viagens, palestras remuneradas e relações com empresas investigadas.