Baiano Reco do Bandolim vence Prêmio JK na categoria Cultura em Brasília

Baiano Reco do Bandolim vence Prêmio JK na categoria Cultura em Brasília

Redação Alô Alô Bahia

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José Mion/Alô Alô Bahia

Guilherme Felix/CB/D.A Press

Publicado em 10/12/2025 às 12:23 / Leia em 4 minutos

O jornal Correio Braziliense realizou, na noite desta terça-feira (9), a primeira edição do Prêmio JK, iniciativa que homenageia personalidades que ajudaram a construir a história de Brasília. Ao todo, 21 nomes foram reconhecidos em 16 categorias. Entre os premiados, o baiano Henrique Lima Santos Filho, o Reco do Bandolim, recebeu o troféu na categoria Cultura.

Presidente do Clube do Choro de Brasília e fundador da Escola Brasileira de Choro Raphael Rabello, Reco destacou que a honraria representa não apenas uma conquista individual, mas um reconhecimento ao trabalho coletivo da instituição. “É uma grande honra, mas também uma responsabilidade imensa para todos nós. Brasília nasceu de um gesto de coragem, de sonho e de visão. Tudo que fazemos por esta cidade é, no fundo, uma continuação desse gesto inaugural”, afirmou o músico durante a cerimônia, que contou com apresentação especial de um grupo de bandolim e outros instrumentistas, resgatando clássicos do choro e celebrando a tradição cultural da capital.

Fundado há mais de duas décadas pelo baiano de Salvador, o Clube do Choro de Brasília mantém a missão de preservar, difundir e incentivar o choro como manifestação artística e cultural, se consolidando como ponto de encontro de músicos, pesquisadores e apreciadores do gênero. A Escola Brasileira de Choro Raphael Rabello, idealizada por Reco, é a primeira instituição do tipo no país. Com inscrições abertas, já soma mil alunos matriculados, entre crianças e adultos.

Ao Correio, o musicista e diretor da escola, Henrique Neto, filho de Reco, ressaltou a importância da formação musical para as novas gerações. “Tanto é que agora temos cursos para crianças a partir de 1 ano. Então, elas já crescem envoltas nesse ambiente musical, de socialização, e reforçamos a música como uma ferramenta cultural e também de desenvolvimento do ser humano”, diz.

Neto também destacou o papel unificador da cultura brasileira. “Toda nação precisa de uma cultura forte, de uma música forte, e a gente valoriza muito isso lá na nossa escola. Por isso, desenvolvemos uma metodologia própria de ensino de música, baseada na música brasileira. É algo inovador, porque os conservatórios de música, de maneira geral, são baseados na música europeia ou norte-americana. Aqui, desenvolvemos a nossa própria metodologia”, explica.

A relevância desse trabalho ganha ainda mais força após o choro ter sido declarado, em 2024, Patrimônio Cultural do Brasil pelo Iphan. A meta do Clube do Choro agora é ampliar esse reconhecimento internacionalmente, buscando transformar o gênero em patrimônio cultural mundial.

Soteropolitano, Reco do Bandolim mudou-se para Brasília ainda jovem e rapidamente se tornou um dos principais nomes do choro no Distrito Federal. Em 1993, foi responsável pela reabertura do Clube do Choro de Brasília, hoje referência nacional e espaço fundamental para formação de plateias, acolhimento de músicos e preservação da tradição.

Ao lado do filho, consolidou a Escola Brasileira de Choro Raphael Rabello, que já formou milhares de jovens. Instrumentista premiado, produtor e articulador incansável, Reco lançou discos, realizou turnês internacionais e desenvolveu projetos que conectam mestres do choro às novas gerações.

Em 2024, ampliou sua atuação com um programa voltado para jovens do DF, com oficinas, vivências e apresentações. Sua contribuição ultrapassa os palcos: ele é um dos responsáveis por articular políticas de valorização do choro como patrimônio imaterial, posicionando Brasília como polo central do gênero no país.

Com serenidade e dedicação, segue à frente de iniciativas que formam músicos, criam oportunidades e fortalecem a identidade sonora da capital federal. Reconhecido no Brasil e no exterior, tornou-se guardião do choro e um dos grandes construtores do futuro da música brasileira.

Ao fim da cerimônia, Reco do Bandolim e seus parceiros subiram ao palco para uma apresentação especial. O repertório abriu com “Aquarela do Brasil”, chamada de “segundo hino brasileiro”, e seguiu com “Peixe Vivo”, uma das músicas preferidas do ex-presidente Juscelino Kubitschek.

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