O cinema brasileiro ganhou um reforço de peso na corrida por uma vaga no Oscar 2026. Neste domingo (7), o filme “O Agente Secreto” foi eleito o Melhor Filme Internacional pela Associação de Críticos de Cinema de Los Angeles (LAFCA).
A vitória é considerada estratégica, pois o longa dirigido por Kleber Mendonça Filho superou “Foi Apenas um Acidente”, tido até então como um dos principais favoritos da categoria.
Fundada em 1975, a LAFCA é composta por críticos de jornais e revistas de Los Angeles e suas escolhas costumam servir de termômetro para a Academia. O grupo tem um histórico de alinhar seus vereditos com os vencedores do Oscar, tendo premiado anteriormente produções como “Parasita” (2019), “Moonlight” (2016) e “Guerra ao Terror” (2009).
Na categoria de atuação, o protagonista Wagner Moura estava na disputa, mas não levou o prêmio. A associação, conhecida por decisões arrojadas, consagrou Rose Byrne (por “Se Eu Tivesse Pernas, Te Chutaria”) e Ethan Hawke (por “Blue Moon”) nas categorias de atuação principal.
Sucesso de público e bilheteria
Além do prestígio internacional, “O Agente Secreto” consolidou-se como um fenômeno comercial no Brasil. Segundo dados inéditos da Comscore, a obra se tornou o filme nacional de maior bilheteria lançado em 2025, arrecadando R$ 18,7 milhões e ultrapassando o live-action “Chico Bento e a Goiabeira Maraviosa” (R$ 17,2 milhões). Ao todo, mais de 822 mil espectadores já assistiram à produção nos cinemas.
A trama, ambientada na década de 1970, acompanha Marcelo (Moura), um professor de tecnologia que foge de São Paulo para Recife na tentativa de escapar de seu passado, mas acaba percebendo que o caos o persegue.
Calendário do Oscar
Oficializado pela Academia Brasileira de Cinema como o representante do país, “O Agente Secreto” agora aguarda as próximas etapas da premiação. A lista de pré-indicados (shortlist) será divulgada no dia 16 de dezembro. Já os indicados finais serão conhecidos em 22 de janeiro, com a cerimônia marcada para 15 de março de 2026.
Outro representante nacional na disputa é o documentário “Apocalipse nos Trópicos”, de Petra Costa, que investiga a relação entre política e religião no Brasil e também busca uma vaga na premiação.
