A tradicional e influente revista francesa Cahiers du Cinéma divulgou seu aguardado ranking dos 10 melhores filmes de 2025 e o cinema brasileiro está em destaque: “O Agente Secreto”, longa de Kleber Mendonça Filho, aparece entre as produções mais celebradas do ano.
Reconhecida por moldar a crítica cinematográfica mundial desde 1951, e por ter sido o berço de nomes como François Truffaut, Jean-Luc Godard, André Bazin e Éric Rohmer, a publicação mantém sua reputação de apostar em escolhas ousadas e autorais.
A seleção reúne títulos que estrearam nos cinemas franceses em 2025, o que explica a presença de produções que chegaram antes aos Estados Unidos e a ausência de lançamentos que ainda não passaram pelo circuito da França.
No topo da lista, a revista posicionou o documentário “Tardes de Solidão”, de Albert Serra, um mergulho no universo das touradas a partir da trajetória do toureiro peruano Andrés Roca Rey. Já “O Agente Secreto”, elogiado pela crítica internacional desde sua estreia, aparece em 4º lugar, consolidando Kleber Mendonça Filho como um dos autores mais respeitados da cena contemporânea.
Outros destaques do ranking incluem “Uma Batalha Após a Outra”, novo filme de Paul Thomas Anderson; “O Riso e a Faca”, do português Pedro Pinho; “Mirrors No. 3”, de Christian Petzold; e “Nouvelle Vague”, de Richard Linklater, uma homenagem direta ao cinema francês.
Os 10 melhores filmes de 2025 segundo a Cahiers du Cinéma
01) “Tardes de Solidão” – Albert Serra
02) “Uma Batalha Após a Outra” – Paul Thomas Anderson
03) “Yes!” – Navad Lapid
04) “O Agente Secreto” – Kleber Mendonça Filho
05) “O Riso e a Faca” – Pedro Pinho
06) “A Aventura” – Sophie Letorneur
07) “7 Caminhadas com Mark Brown” – Vincent Barré, Pierre Creton
08) “Nouvelle Vague” – Richard Linklater
09) “Drifting Laurent” – Anton Balekdjian, Léo Couture, Mattéo Eustachon
10) “Mirrors No. 3” – Christian Petzold
A Cahiers du Cinéma é uma das revistas de cinema mais influentes do mundo e referência absoluta na crítica cinematográfica. Tornou-se célebre por ser o berço da Nouvelle Vague, movimento que lançou cineastas como François Truffaut, Jean-Luc Godard, Éric Rohmer e Claude Chabrol, todos ex-críticos da revista. A publicação também foi responsável por difundir a política dos autores, defendendo o diretor como principal força criativa de um filme, ideia que transformou a crítica e impactou gerações de cineastas em diversos países.
Ao longo das décadas, a Cahiers consolidou um perfil crítico ousado, autoral e muitas vezes radical, marcado por escolhas que influenciam debates internacionais. Sua tradicional lista anual dos melhores filmes segue sendo uma das mais aguardadas da cinefilia, frequentemente destacando obras inovadoras e fora do circuito mainstream. Mesmo em um cenário de crítica fragmentada, a revista permanece como bússola cultural e continua pautando discussões sobre linguagem, estética e relevância artística no cinema contemporâneo.