A história de Gerson de Melo Machado, o jovem que morreu neste domingo (30) após entrar na jaula de uma leoa no Parque Arruda Câmara, em João Pessoa, tem gerado comoção e comentários nas redes sociais. Vítima de abandono familiar, ele sofria de transtornos mentais e já havia passado por diversos episódios de surto ao longo da vida.
O passado do jovem foi revelado pela conselheira tutelar Verônica Oliveira, que o acompanhou por oito anos. Segundo ela, Gerson “sofreu todo tipo de violação de direitos” desde a infância.
Gerson cresceu sem apoio familiar e teve a vida atravessada pela vulnerabilidade. Filho de uma mãe com esquizofrenia e criado por avós que também enfrentavam problemas de saúde mental, ele passou anos em condições severas.
“A sociedade quer adotar crianças perfeitas, coisa impossível dentro do acolhimento institucional, onde só chegam diante de negligência extrema”, afirmou.
O jovem também nutria o sonho persistente de viajar para a África para “domar leões”. Mesmo acompanhado pelo Conselho Tutelar, o diagnóstico oficial sobre seus transtornos só ocorreu quando ele entrou no sistema socioeducativo. “Por oito anos, tudo que o conselho podia fazer foi feito. Mas ele foi diagnosticado tarde demais”, disse.
