‘Mercado negro’ e ‘meia-tigela’: Governo veta uso de 17 expressões racistas em documentos oficiais

‘Mercado negro’ e ‘meia-tigela’: Governo veta uso de 17 expressões racistas em documentos oficiais

Redação Alô Alô Bahia

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Tiago Mascarenhas

Freepik

Publicado em 21/11/2025 às 21:47 / Leia em 2 minutos

A Advocacia-Geral da União (AGU) publicou, nesta sexta-feira (21), uma portaria que restringe o uso de expressões consideradas racistas em documentos, comunicações internas e pronunciamentos da Procuradoria-Geral Federal (PGF).

A medida, divulgada no Diário Oficial da União, reúne 17 termos classificados como linguagens que carregam preconceitos históricos e devem ser substituídos por alternativas adequadas.

Entre as expressões desaconselhadas estão “mercado negro”, “meia-tigela”, “humor negro”, “a coisa está preta” e o uso genérico de “índio”. O documento orienta que servidores utilizem termos como “mercado ilícito” no lugar de “mercado negro”, evitem empregar “meia-tigela” com conotação depreciativa e substituam “escravo” por “pessoa escravizada”.

No caso dos povos originários, a recomendação é priorizar “indígena” ou o nome da etnia, conforme o contexto.

A portaria também aborda o uso de expressões classificadas como microagressões, metáforas inadequadas e estereótipos que reforçam hierarquias raciais. Como parte da implementação, o texto prevê orientação individual a servidores que utilizarem esses termos, além de cursos de letramento racial e acesso a materiais educativos.

A lista será revisada depois da publicação de um protocolo mais amplo da própria AGU sobre gênero, raça e etnia.

A medida ocorre dias após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionar a Lei nº 15.263/2025, que proíbe o uso de linguagem neutra, como “todes” e “elu”, em toda a administração pública, incluindo órgãos da União, Estados e municípios. A norma determina que documentos, formulários e comunicações oficiais sigam a regra culta da língua portuguesa.

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