Médica baiana transforma tratamento de feridas em negócio de R$ 31 milhões

Médica baiana transforma tratamento de feridas em negócio de R$ 31 milhões

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Com informações da Exame

Divulgação

Publicado em 21/11/2025 às 11:35 / Leia em 3 minutos

O setor de saúde vive um ciclo de expansão fora dos grandes centros, impulsionado por clínicas que transformam especialidades de nicho em negócios escaláveis. Um dos exemplos mais expressivos vem da Bahia: o Grupo Cicatriclin, especializado em tratamento de feridas, alcançou faturamento de R$ 31 milhões em 2024 e projeta chegar a R$ 38 milhões em 2025.

Fundada pela médica Bianca Oliveira, a rede nasceu em 2008 em Vitória da Conquista e tornou-se a maior do país no segmento. Hoje, está presente em 13 estados brasileiros, além de uma unidade na Argentina, somando 33 clínicas, número que deve ultrapassar 40 unidades até o fim de 2025.

A trajetória da médica ganha destaque especialmente pela consolidação de um modelo de franquias voltado à padronização clínica, algo desafiador em um setor historicamente pulverizado. A inspiração para o negócio começou em 2003, quando Bianca trabalhava em uma UTI em Niterói, no Rio de Janeiro. Foi lá que presenciou a recuperação inesperada de uma paciente tratada em uma câmara hiperbárica. “Eu me apeguei muito a ela e à família. Foi ali que percebi a força do tratamento e entendi que queria seguir esse caminho”, relembra, em entrevista à Exame.

Hoje, a operação liderada por Bianca soma mais de 3,5 milhões de curativos realizados e 15 mil atendimentos mensais. O avanço, destaca ela, só foi possível graças ao investimento em tecnologia e à formação de equipes multidisciplinares.

A Cicatriclin surgiu de um investimento inicial de R$ 20 mil e um pequeno consultório. A aposta de Bianca era ousada: desenvolver protocolos clínicos exclusivos para um tema pouco explorado no país. “Aprendi muito no trabalho de terapia intensiva, sobre câmara hiperbárica e entendi que o cuidado para ferimentos na pele precisa ser interdisciplinar, vai muito além do curativo”, explica.

Determinada a criar uma abordagem mais eficiente, ela buscou referências no Brasil e no exterior, importou curativos de alta qualidade e procurou especialistas de grandes instituições. “Fui atrás de especialistas do Einstein e da USP para entender qual o atendimento mais adequado aos pacientes. Quando tratamos de forma mais efetiva as lesões, reduzimos o tempo de internação hospitalar e o risco de infecção, o que representa um benefício ao paciente e redução de custo para os hospitais”, afirma.

O modelo chamou a atenção de profissionais de saúde e empreendedores, impulsionando a expansão por franquias. A rede estruturou uma operação que combina suporte técnico, padronização e acompanhamento médico aos parceiros. O diferencial, ressalta Bianca, está no protocolo clínico desenvolvido internamente e na presença de uma equipe formada por médicos, enfermeiros e fisioterapeutas especializados.

O grupo também mantém iniciativas complementares, como a Cicatriclin Educação, dedicada à formação profissional, e a Hipermed, clínica especializada em medicina hiperbárica e pesquisa.

A principal missão da empresa agora é manter a excelência clínica enquanto cresce. Para isso, aposta em treinamento contínuo, tecnologia para monitoramento dos indicadores das unidades e adaptação do modelo a diferentes realidades fora dos grandes centros. Com a meta de ultrapassar 40 unidades em 2025, Bianca afirma que o foco é consolidar o grupo como referência latino-americana em tratamento avançado de feridas. “Nosso foco é ampliar o acesso e garantir que cada unidade mantenha a mesma excelência clínica que originou o projeto”, diz.

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