A comunidade do Buri, na zona rural de Alagoinhas, foi oficialmente reconhecida como remanescente de quilombo. O certificado, emitido pela Fundação Cultural Palmares, foi publicado em 10 de novembro e marca um passo decisivo no processo de afirmação cultural e na garantia de direitos territoriais do grupo.
A portaria foi assinada pelo presidente da entidade, João Jorge Rodrigues, e encerra uma reivindicação histórica dos moradores. O reconhecimento foi celebrado pela própria comunidade, que tratou a conquista como resultado de um esforço coletivo.
Entre os que participaram diretamente do processo está o fotógrafo e arquiteto Raimundo Cavalhier, que resumiu o sentimento dos moradores ao afirmar que o selo representa um avanço construído de forma conjunta, em respeito aos antepassados e às futuras gerações.
Com a inclusão do Buri, a Bahia passa a somar 911 comunidades certificadas como remanescentes de quilombo, ficando atrás apenas do Maranhão nesse tipo de reconhecimento. Ainda assim, o estado lidera em número de quilombolas: segundo dados do IBGE, mais de 397 mil pessoas se autodeclaram quilombolas na Bahia, a maior população do país.