Gladiadoras lutavam com seios à mostra e sem capacetes, revelam especialistas

Gladiadoras lutavam com seios à mostra e sem capacetes, revelam especialistas

Redação Alô Alô Bahia

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Publicado em 17/11/2025 às 15:02 / Leia em 3 minutos

A imagem tradicional dos combates na Roma Antiga costuma colocar homens no centro das arenas. Mas registros históricos e pesquisas acadêmicas mostram que mulheres também ocuparam esse espaço — embora de forma muito mais rara. Essas combatentes, conhecidas como gladiadoras ou “Amazonas”, chamavam atenção não só pela presença incomum, mas também pelo modo como se apresentavam.

Estudos indicam que elas lutavam com parte do torso exposto e, diferentemente dos homens, não usavam capacetes. O professor Stephen Brunet, da Universidade de New Hampshire, afirma que as gladiadoras exibiam os seios, assim como seus pares masculinos combatiam sem camisa. Já o pesquisador Alfonso Manas, da Universidade da Califórnia, defende que a estética era um fator determinante na escolha dessas mulheres, e que o rosto descoberto servia para aumentar o apelo diante do público.

A ênfase na aparência não era apenas especulação moderna. Nicolau de Damasco — historiador que viveu entre 64 a.C. e 4 d.C. — escreveu que as selecionadas não eram necessariamente as mais fortes ou habilidosas, e sim “as mais belas”.

Elas realmente existiram?

A existência das gladiadoras é tema de debate acadêmico, principalmente pela escassez de registros. Em um artigo na International Journal of the History of Sport, publicado em 2011, Alfonso Manas destacou que apenas dez fragmentos literários e uma inscrição epigráfica mencionam mulheres nesses combates. No campo visual, a situação é ainda mais limitada: o único registro conhecido é um relevo encontrado em Halicarnasso.

Ainda assim, segundo o site LiveScience, diferentes tipos de evidências — dos textos antigos às representações artísticas — apontam que essas combatentes existiram, mesmo que fossem excepcionais quando comparadas aos gladiadores homens.

A professora Anna Miaczewska, da Universidade Maria Curie-Skłodowska, reforçou essa visão em artigo de 2012 publicado na revista Res Historica. Para ela, apesar da falta de consenso entre especialistas, as pistas disponíveis corroboram que mulheres lutaram nas arenas e que sua presença despertava grande curiosidade do público.

Miaczewska explica ainda que o fascínio provocado por essas gladiadoras levou mulheres da elite romana a demonstrar interesse pelo espetáculo. Isso motivou o Senado a intervir. Registros dos anos 11 e 19 d.C. mostram que foram aprovadas leis proibindo mulheres livres e de alta posição social, com menos de 20 anos, de participar dos combates — embora textos da época indiquem que algumas ignoraram as restrições.

O historiador Tácito, por exemplo, relatou que, em 63 d.C., durante um grande espetáculo promovido pelo imperador Nero, “muitas damas ilustres e senadores se desonraram na arena”, sugerindo que a prática ultrapassava as tentativas oficiais de controle.

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