O meia Lucas Paquetá falou pela primeira vez desde que foi absolvido no processo por manipulação de resultados movido pela Associação de Futebol da Inglaterra (FA). Em entrevista exibida pelo Jornal Nacional nesta quinta-feira (13), o jogador do West Ham, da Inglaterra, comentou o impacto do caso em sua carreira.
Paquetá afirmou que os dois anos de investigação foram “longos e dolorosos”, e destacou que o processo afetou não apenas sua rotina profissional, mas também sua família.
“Sem dúvida alguma foi um momento muito difícil, não só para mim, mas para a minha família. Eu e minha esposa passamos por dois anos longos, dolorosos, mas com um final feliz. Muitas especulações, muitos julgamentos antecipados, mas a gente se agarrou a Deus. Isso fortaleceu nosso casamento e nossa história como família”, disse o jogador.
O meia afirmou ainda que o silêncio imposto pelo processo tornou tudo mais desgastante. “Lutei muito contra isso e é muito difícil você não poder falar, escutar várias narrativas e não poder contar o seu lado da história. Venho me preparando para, mais detalhadamente, poder contar a todo mundo o meu lado.”
Transferência perdida e impacto emocional
Paquetá confirmou que tinha acordo encaminhado com o Manchester City na época em que recebeu a notificação da FA. “Todo mundo sabe que eu tinha uma transferência para o City. Provavelmente eu assinaria na semana que recebi a carta. Profissionalmente, eu perdi isso, essa oportunidade de dar um salto na minha carreira”, afirmou.
Segundo o jogador, o abalo psicológico foi ainda maior.
“Foi onde eu mais fui afetado, pelo medo da indecisão, a incerteza do meu futuro, apesar de saber quem eu sou, o que eu faço e o que eu fiz. Mas, devido às circunstâncias das investigações e da forma como a federação conduzia tudo, isso gerava um medo na gente.”
Após a absolvição, Paquetá voltou a defender a Seleção Brasileira e celebrou o retorno com gol no amistoso no Maracanã. Ele está com a delegação para os jogos contra Senegal, no dia 15, e Tunísia, no dia 18.