Viajar pelo Brasil ficou mais caro em 2025 e a Bahia aparece no topo dessa tendência. Segundo a segunda edição do Barômetro Viajala deste ano, realizado pelo buscador Viajala.com.br, Ilhéus foi o destino nacional com o maior aumento no preço das passagens aéreas, registrando uma alta de 31% no valor médio dos bilhetes de ida e volta.
O estudo analisou cinco milhões de buscas feitas por usuários brasileiros entre janeiro e outubro de 2025, comparando os dados ao mesmo período de 2024. Entre os destinos domésticos, Ilhéus teve o aumento mais expressivo, com o preço médio passando de R$ 1.269 em 2024 para R$ 1.662 em 2025.
Depois do destino baiano, vêm Belém (PA) (+21% – de R$ 1.128 para R$ 1.366) e Manaus (AM) (+21% – de R$ 1.425 para R$ 1.715). Nestes dois casos, a alta é explicada pelo aumento da demanda. “A COP30, que segue acontecendo em Belém até o dia 21 de novembro, colocou a região em evidência e aumentou a curiosidade dos brasileiros sobre esses destinos fantásticos do Norte”, afirma Felipe Alarcón, diretor comercial do Viajala.
Algumas rotas ficaram significativamente mais baratas ao longo de 2025. São Paulo – Brasília teve queda de 38% (de R$ 413 para R$ 256) e Rio de Janeiro – Brasília teve queda de 31% (de R$ 771 para R$ 529). Brasília teve aumento de 68% na procura e preços 40% menores neste ano. A Latam planeja ampliar em 25% a oferta de assentos em voos domésticos de/para a capital federal até o fim de 2025.
O mesmo levantamento mostra que, após dois anos seguidos de queda, o preço médio dos voos internacionais subiu 3% em 2025. As maiores altas foram registradas em Lima, no Peru (+48% – de R$ 2.095 para R$ 3.106), Toronto, no Canadá (+19% – de R$ 6.753 para R$ 8.013) e Santiago, no Chile (+18% – de R$ 1.421 para R$ 1.675).
Toronto se destaca por motivos que vão além do turismo. “É possível que as tensões do governo Trump com imigrantes e turistas latinos estejam fazendo com que ainda mais gente opte pelo Canadá na hora de viajar de férias ou para aprender inglês”, avalia Alarcón.
Apesar da pressão nos preços, o setor vive movimentos que podem levar à redução de tarifas. A Azul, em processo de recuperação judicial, fechou acordo com credores em novembro e avança na reestruturação financeira. A Iberia e a Air Transat estão expandindo a oferta de voos para o Brasil, enquanto a Air Canadá retoma e amplia rotas: em dezembro, inaugura dois voos semanais diretos Rio–Toronto durante a alta temporada.