A Igreja Católica vive um momento de expansão global. De acordo com o Anuário Estatístico da Igreja, divulgado pela Agência Fides, o número de católicos aumentou em 15,88 milhões em um ano, ultrapassando a marca de 1,4 bilhão de fiéis no mundo. O crescimento é impulsionado principalmente pela África, que ganhou 8,3 milhões de novos seguidores, e pela América, com 5,6 milhões.
Com isso, os católicos representam agora 17,8% da população mundial, um aumento de 0,1 ponto percentual. A Europa, que vinha registrando queda, apresentou leve recuperação, com 740 mil novos fiéis.
Apesar do avanço, a Igreja enfrenta um desafio: o declínio do número de sacerdotes. O total de padres caiu 734 em um ano, puxado pela redução de 2.486 na Europa. Já a África e a Ásia registraram crescimento no número de vocações religiosas.
Cenário no Brasil
No país, a tendência é oposta. O Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra uma queda significativa na proporção de católicos e o crescimento de outras crenças. Entre 2010 e 2022, a parcela de católicos apostólicos romanos caiu de 65,1% para 56,7% da população com 10 anos ou mais – uma redução de 8,4 pontos percentuais.
Enquanto isso, os evangélicos avançaram de 21,6% para 26,9%, e o grupo de pessoas sem religião cresceu para 9,3%. Em números absolutos, o Brasil passou de 105,4 milhões de católicos em 2010 para 100,2 milhões em 2022. No mesmo período, os evangélicos saltaram de 35 milhões para 47,4 milhões.
Outras religiões mantêm presença menor: os espíritas caíram de 2,2% para 1,8%, enquanto umbandistas e candomblecistas cresceram de 0,3% para 1,0% da população.
Mesmo com a queda, o catolicismo ainda é majoritário em todas as regiões. O Nordeste (63,9%) e o Sul (62,4%) concentram os maiores percentuais de católicos, enquanto os evangélicos predominam no Norte (36,8%) e Centro-Oeste (31,4%).