Adriane Galisteu revelou que não notou ter sido ignorada pela família de Ayrton Senna durante o velório do piloto, em 1994. A declaração foi dada durante o documentário “Meu Ayrton“, do HBO Max, o qual relembra o relacionamento da apresentadora com o esportista, que após anos segue sendo lembrado como um dos grandes ídolos brasileiros.
Na época, Adriane foi clicada por diversos fotógrafos afastada dos familiares de Ayrton, mesmo sendo namorada há mais de um ano do piloto, o que rendeu uma repercussão lembrada por muitos até hoje. “Essas coisas todas são percepções de fora para dentro. Eu não tive essa sensação”, iniciou
“Eu estava ali vivendo aquela minha dor, não estava olhando se tinha alguém fazendo assim ou assado, se eu estava sendo assim ou se eu estava sendo assado. A dor era tão grande que fui sendo levada. Eu me lembro que tinha sempre alguém ao meu lado, o Braga, a Luiza, a Betise (Betise Assumpção, assessora de imprensa do Senna)… Eu encontrei colo. Então isso foi percebido pelos outros de um jeito que eu não percebi por causa da dor e da imaturidade da época. Fui perceber essa cena muito depois em revistas. Daí olhei para aquela cena com o mesmo olhar que todo mundo olhou. Falei: ‘Nossa, realmente foi pesado, difícil e triste’. Mas nada podia ser mais triste do que a própria situação (morte do Senna)“, diz.
A apresentadora seguiu analisando a reação da família de Senna e garantiu que prefere não guardar mágoas pelo episódio. “É difícil acontecer de todo mundo gostar de todo mundo. Ninguém é perfeito. Então, acho que não se questiona isso. Não sou o tipo de mulher que faz esses embates. Sou de Áries, sou dura na queda, mas tem coisas que eu vou recuar e está tudo bem. Então, neste embate, eu não vou entrar”, afirma.
Preconceito
Outro depoimento marcante da série é de Luiza Braga, esposa de Antônio Carlos de Almeida Braga, o Braguinha, um dos melhores amigos de Senna. Segundo ela, os parentes do piloto tinham preconceito contra Galisteu e teriam tentado desmoralizá-la.
“Era como se eles quisessem provar que ela era uma puta”, disse ela, revelando ainda que chegaram a grampear o telefone da casa do casal, na tentativa de encontrar provas contra a loira. Na época, conversas de Adriane com um ex-namorado chegaram aos ouvidos da família.
Em uma das ligações, o ex fazia comentários ofensivos sobre o tricampeão, chamando-o de “cafona” e “ruim de cama”, e Galisteu apenas ria, o que supostamente irritou os familiares de Senna. Fitas da conversa foram entregues para Ayrton antes da corrida fatal, em Ímola, na Itália, mas o piloto não se importou e chegou a conversar com a então namorada. “Quando chegar no Algarve, vou botar você no meu colo e te dar umas palmadas”, teria dito, em tom de brincadeira.