Prefeitura lança Plano do Pilar para reocupar casarões e fortalecer economia no bairro do Comércio

Prefeitura lança Plano do Pilar para reocupar casarões e fortalecer economia no bairro do Comércio

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

José Mion/Alô Alô Bahia

Bruno Concha/Secom PMS

Publicado em 05/11/2025 às 09:47 / Leia em 4 minutos

A Prefeitura de Salvador apresentou, nesta terça-feira (4), o Plano do Pilar, projeto desenvolvido pela Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF) em parceria com o Instituto Carlinhos Brown. O plano reúne diretrizes para requalificação urbana, fortalecimento da economia local, regularização fundiária e promoção da inclusão social na comunidade do Pilar, no bairro do Comércio, área integrante do Centro Histórico da capital.

A região reúne casarões centenários, ruas históricas, a Igreja do Pilar e o Trapiche Barnabé, mas enfrenta um cenário de deterioração urbana e vulnerabilidade social. Segundo a presidente da FMLF, Tânia Scofield, o objetivo é garantir o direito à moradia digna e estimular o protagonismo dos moradores na transformação do território.

“O plano é resultado de um trabalho iniciado em 2021, com ampla participação popular. Moradores, comerciantes e instituições culturais contribuíram para a construção das propostas, que incluem recuperação de casarões, produção de novas moradias, criação de áreas verdes, fortalecimento da economia criativa e geração de renda local”, afirmou.

Hoje, o Pilar abriga 462 moradores, majoritariamente negros e com forte presença de mulheres como chefes de família. Muitos vivem em imóveis deteriorados, cortiços ou no Condomínio Nossa Senhora do Pilar, que enfrenta problemas estruturais. Embora cerca de 82% dos imóveis estejam ocupados, 28% encontram-se vazios ou em ruínas.

Entre as ações previstas, destaca-se o reaproveitamento de imóveis subutilizados ou em ruínas, dentro do programa PAC Cidades Históricas, para reassentar famílias em situação de risco e recuperar o patrimônio. “Também há projetos para criação de áreas verdes e espaços de convivência, algo muito pedido pela comunidade, especialmente por causa da ausência de locais para as crianças brincarem e os moradores se encontrarem”, completou Tânia.

O diretor da Prefeitura-Bairro Centro/Brotas, Alan Muniz, ressaltou que o plano responde a demandas históricas da região, articulando habitação digna e inclusão produtiva. “Esse estudo identificou as potencialidades socioeconômicas das famílias, porque não adianta entregar moradia se a pessoa não tiver condições de sustento, se não houver incentivo à economia criativa e circular. O objetivo é dar condições para que essas pessoas possam se desenvolver onde vivem, integrando o social e o econômico”, destacou.

Carlinhos Brown participou da apresentação | Foto: Bruno Concha/PMS

Carlinhos Brown lembrou que a relação com o território começou em 2001, com a criação do Museu du Ritmo, e reforçou o papel da cultura como eixo de integração comunitária. “Não se faz cultura isoladamente. Não se faz festa sem incluir a comunidade. É preciso que a cidade cresça junto, que o desenvolvimento venha acompanhado de dignidade e pertencimento”, afirmou.

Investimentos e etapas do Plano do Pilar

O coordenador-geral do Prodetur Salvador, Iuri Mattos, anunciou a aprovação do Programa BID III, que assegura mais US$ 40 milhões para ações de requalificação no Centro Histórico. “Revitalizar o Centro Histórico não é apenas restaurar prédios ou atrair turistas, é garantir que as pessoas continuem morando aqui, com dignidade e oportunidades. Esse é justamente o papel do Plano do Pilar”, destacou.

O plano organiza suas ações em três etapas: a curto prazo (limpeza urbana, mitigação de riscos e mobilização comunitária), médio prazo (requalificação habitacional, criação de áreas verdes e ampliação de serviços públicos) e longo prazo (reocupação de casarões, estímulo à economia criativa e integração definitiva do Pilar à dinâmica do Centro Histórico).

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