O Pelourinho ganhou ares de resistência e celebração nesta terça-feira (4) com o segundo dia do Global Artivism, conferência que antecede a COP 30 e reúne artistas e ativistas de mais de 100 países. A programação ocupou diversos espaços do centro histórico de Salvador com oficinas, painéis, apresentações e rodas de conversa voltadas às raízes afro-brasileiras e à força da arte como instrumento de transformação social.
As atividades começaram pela manhã no Largo Quincas Berro D’Água e se espalharam pelo Espaço Cultural da Barroquinha, Teatro Gregório de Matos, Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (Muncab), Casa do Carnaval da Bahia e Museu da Misericórdia.
Entre os debates do dia, temas como “A arte como resistência está desaparecendo?”, “Construindo comunidades libertadas com o poder do hip-hop” e “O tecido como testemunha: um ritual coletivo de moda” provocaram reflexões sobre cultura, memória e ancestralidade.

Um dos momentos mais comentados foi o painel “Freedom Beats: Jail Time Records e o poder da música atrás das grades”, apresentado na Sociedade Protetora dos Desvalidos. O encontro mostrou o documentário e o projeto do produtor camaronês Steve Happi e da artista italiana Dione Roach, que criaram o primeiro estúdio de gravação dentro de uma prisão na África — iniciativa que transforma a música em ferramenta de reabilitação e liberdade.
Sob o tema “E se o futuro for ancestral?”, o Global Artivism propôs um mergulho nas heranças de Salvador, cidade marcada por histórias de escravização e resistência. A ideia foi destacar como práticas ancestrais continuam vivas na arte, na espiritualidade e na criatividade das comunidades afro-diaspóricas.
O dia terminou em clima de festa, com apresentações musicais abertas ao público nos largos Quincas Berro D’Água e Tereza Batista, reunindo moradores, visitantes e artistas em uma celebração coletiva da arte e da ancestralidade.
O Global Artivism segue até quarta-feira (5), com atividades no Hotel da Bahia by Wish e em diferentes espaços culturais da cidade.