A capital baiana sediará, entre os dias 5 e 7 de novembro, a primeira edição do Encontro Nacional de Eventos de Cinemas Negros da APAN. A iniciativa reúne profissionais do audiovisual de diferentes regiões do país com o objetivo de fortalecer a rede de eventos e mostras dedicadas ao cinema negro e afro-diaspórico no Brasil, além de promover o intercâmbio de práticas de curadoria, circulação de filmes e formação de público.
O encontro é uma realização da APAN (Associação de Produtores de Audiovisual Negro), em parceria com a Prefeitura de Salvador, a Dimas e a iAmo, e conta com a colaboração de curadores e especialistas reconhecidos nacional e internacionalmente. A proposta é oferecer um ambiente seguro e qualificado para debates sobre organização de eventos, estratégias de difusão e sustentabilidade do audiovisual negro no país.
A presidente da APAN, Tatiana Carvalho Costa, reforça que o encontro nasce como desdobramento de um movimento de articulação já em curso. “O Encontro Nacional é fruto de nosso planejamento estratégico e começou a ser construído nos nossos Encontros Regionais, no primeiro semestre deste ano”, afirma.
Hoje, o Brasil conta com cerca de 53 espaços dedicados à exibição de cinemas negros e afro-diaspóricos, número que acompanha a expansão do protagonismo de cineastas, curadores e produtores negros nas últimas duas décadas. Políticas públicas como as leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc contribuíram para ampliar a produção e a circulação dessas obras, fortalecendo iniciativas em diferentes territórios.
A programação do encontro inclui mesas de discussão, painéis, atividades colaborativas e sessões de filmes, algumas abertas ao público0. Entre os destaques estão a homenagem ao Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul, a exibição especial de “Criadas”, de Carol Rodrigues, e um painel voltado à formação de plateia para os cinemas negros.
Para Rodrigo Aquiles, associado da APAN, o encontro é estratégico para ampliar a circulação das obras. “A importância desse evento é principalmente pensar na distribuição e na circulação desses filmes que os cinemas negros estão produzindo. É uma oportunidade para trocarmos estratégias, fortalecer conexões entre diferentes regiões e criar novos caminhos para as curadorias. Tenho certeza de que será um fortalecimento gigantesco para o audiovisual negro no Brasil, especialmente para os eventos que garantem que essas obras cheguem ao público”.
Ao todo, 10 eventos de cinema negro serão convidados, selecionados por sua relevância, atuação territorial e representatividade. Também serão reunidas mostras, festivais e iniciativas que vêm consolidando a difusão do cinema negro nas cinco regiões do país. Além de realizadores e curadores, jornalistas, produtores e agentes culturais são convidados a participar do encontro, que busca fomentar uma rede colaborativa capaz de ampliar a visibilidade das narrativas negras e criar estratégias sustentáveis para o setor.
Mais informações: @associacaoapan.