O Brasil consolidou, neste ano, a liderança mundial nas exportações de algodão, superando os Estados Unidos, que ocupavam a primeira posição há cerca de 20 anos. O país também é o terceiro maior produtor global da fibra. Nesse cenário, a Bahia desempenha um papel estratégico: o estado é o segundo maior produtor nacional, atrás apenas de Mato Grosso. Juntos, os dois respondem por 90% de toda a produção brasileira, segundo o Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), do Banco do Nordeste (BNB).
No ano comercial 2024/2025, o país produziu 4,11 milhões de toneladas de algodão, enquanto as exportações somaram 2,83 milhões de toneladas de pluma. O desempenho garantiu ao Brasil uma receita de US$ 4,85 bilhões, crescimento de 6% em relação ao ciclo anterior.
A Bahia se destaca também pelo comprometimento com práticas sustentáveis. Grande parte dos cotonicultores baianos é certificada pelos programas Algodão Brasileiro Responsável (ABR) e Better Cotton, iniciativas que garantem padrões de produção alinhados à responsabilidade socioambiental. Essa qualificação agrega valor à fibra no mercado internacional e fortalece o programa Cotton Brazil, responsável por promover o algodão nacional em mercados estratégicos como Índia, Vietnã, Paquistão e Egito, principais destinos da produção brasileira.
Além do desempenho no comércio exterior, os investimentos realizados pelo Banco do Nordeste reforçam o peso econômico da cadeia do algodão na Bahia. Até setembro de 2025, o BNB destinou R$ 513 milhões ao setor no estado, um aumento expressivo de 124% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando foram aplicados R$ 228 milhões.
De acordo com o superintendente estadual do BNB na Bahia, Pedro Lima Neto, a atividade tem impacto direto na geração de renda, empregos e desenvolvimento regional. “O algodão produzido na Bahia se destaca não somente pelo volume, mas sobretudo pela qualidade, sustentabilidade e competitividade que o posiciona entre os mais valorizados no mercado internacional. Estamos certos de que a presença do produto baiano em mercados estratégicos tem sido fator preponderante para a manutenção da liderança do Brasil na exportação da fibra”, afirmou.
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