Após operação policial mais letal do RJ, número de mortos pode passar de 100

Após operação policial mais letal do RJ, número de mortos pode passar de 100

Redação Alô Alô Bahia

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Ricardo Moraes/Reuters

Publicado em 29/10/2025 às 10:01 / Leia em 3 minutos

A manhã desta quarta-feira (29) começou com clima de tensão em diferentes regiões do Rio de Janeiro, um dia após a operação policial realizada em comunidades da Zona Norte. A ação, que mobilizou forças estaduais de segurança, teve confronto entre agentes e grupos armados.

De acordo com o balanço mais recente divulgado pelas autoridades, ao menos 64 criminosos e 4 policiais morreram durante a operação de ontem. Parte dos afetados teria ligação com facções criminosas, segundo a Polícia Militar, mas familiares e moradores contestam algumas das circunstâncias das mortes. O Ministério Público do Rio informou que acompanha o caso e vai avaliar eventuais indícios de excesso

Moradores relatam ao menos 55 novos corpos

Moradores do Complexo da Penha levaram pelo menos 55 corpos até a Praça São Lucas, na Estrada José Rucas, ao longo da madrugada desta quarta-feira (29), um dia após a operação policial considerada a mais letal da história do estado. Segundo relatos de moradores, os corpos foram recolhidos de vielas, casas e becos da comunidade depois do fim da ação.

A Polícia Militar, contudo, informou que esses óbitos ainda não fazem parte do balanço oficial da operação e que haverá perícia para verificar se há relação entre essas mortes e o confronto. O secretário da PM, coronel Marcelo de Menezes Nogueira, afirmou pela manhã que os números ainda estão sendo analisados. Caso sejam confirmadas como decorrentes da operação, o número total de mortes pode ultrapassar 100.

A operação, realizada por forças estaduais e federais, tinha como objetivo prender lideranças do Comando Vermelho (CV). A ação provocou confrontos intensos, relatos de moradores presos dentro de casa e interrupções em serviços públicos na região.

Organizações de direitos humanos e defensores públicos criticaram o alto número de mortes e pediram investigação independente. Já o governo estadual e o Ministério da Justiça sustentam que a operação ocorreu dentro da legalidade e foi necessária para a “contenção de facções armadas”.

Reação do governo federal

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou o episódio durante agenda oficial em Brasília. Lula afirmou que o combate ao crime organizado é prioridade, mas defendeu que operações devem ser realizadas com respeito aos direitos humanos e com rigor na apuração de eventuais abusos. “O Estado brasileiro tem o dever de enfrentar o crime, mas isso precisa ser feito dentro da lei, com responsabilidade e transparência”, disse.

O Ministério da Justiça informou que acompanha a situação e que, até o momento, não houve pedido formal de apoio federal por parte do governo do Rio. Caso seja solicitado, a pasta afirmou que colocará a Força Nacional à disposição para ações de segurança e proteção de serviços essenciais.

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