O cinema nacional está mais uma vez em destaque mundial. Depois do sucesso de Ainda Estou Aqui (2024), é a vez de O Agente Secreto reforçar o talento dos artistas e cineastas brasileiros. Nesta terça-feira (28), Wagner Moura, de 49 anos, protagonista do longa, e Kleber Mendonça Filho, de 56, diretor do filme, falaram sobre a produção que vai representar o Brasil no Oscar 2026.
Junto com outros talentos do elenco, incluindo Gabriel Leone, Alice Carvalho, Carlos Francisco, Laura Lufési, Tânia Maria e Suzy Lopes, eles deixaram clara a expectativa para a estreia da produção no Brasil. O Agente Secreto chega aos cinemas brasileiros no próximo dia 6 de novembro e, prevendo o sucesso, já tem rede de cinema com baldes de pipoca personalizados — algo que impressionou o diretor do filme.
A trama se passa em 1977 e acompanha Marcelo, que homem na casa dos 40 anos especialista em tecnologia, que retorna a Recife escondendo um passado misterioso e em busca de um pouco de paz. No entendo, ao chegar na cidade, ele se depara com um contexto de espionagem e paranoia política. Com isso, ele percebe que não será simples como imaginou recomeçar a vida. A trama é fictícia, mas resgata o período da ditadura militar brasileira.
A estreia mundial do longa aconteceu no 78ª edição Festival de Cannes, em maio deste ano. Após a exibição, o longa foi ovacionado com aproximadamente 13 minutos de aplausos. O longa também foi muito elogiado pela crítica internacional e já rendeu prêmios de Melhor Ator a Wagner e Melhor Diretor a Kleber, que também dirigiu Bacurau (2019), outro sucesso do cinema nacional.
Durante a coletiva, Kleber destacou a importância do cinema como forma de memória e reflexão. “Meninos e meninas que vão ao cinema ver um filme brasileiro, que conta uma história brasileira, talvez possam descobrir algo novo, algum ponto de vista interessante sobre o nosso país Brasil tem algumas questões com a memória; é um país que tende a esquecer muita coisa. E eu acho que o cinema é um instrumento muito bom, porque prende a atenção, diverte, mas também pode trazer informação e verdade sobre o lugar onde a gente vive”, disse o diretor.
O cineasta ainda lembrou uma experiência pessoal que reforça a importância cultural do cinema: “Ano passado, eu saí de uma sessão de Ainda Estou Aqui, no Recife, e, na minha frente, saíram duas meninas muito jovens. Uma disse à outra que não sabia que o regime militar tinha sido tão ruim. São esses pequenos sentimentos, essas descobertas, que um filme, especialmente um filme brasileiro, pode despertar sobre o nosso país.”
Já Wagner Moura falou sobre o orgulho de ver O Agente Secreto alcançar reconhecimento internacional e comentou sobre a expectativa com Oscar. “Eu acho que a gente está fazendo, com os nossos parceiros, uma parceria que está dando muito certo. O filme está nos festivais certos, indo para os lugares certos, sendo divulgado de forma bem feita. O Kleber, bichinho, não dorme! Vive viajando pelo mundo todo”, brincou o ator.
“Então, o nosso trabalho a gente tem feito, e muito bem feito, de promoção e divulgação do filme. As coisas estão acontecendo. E quando as pessoas ficam perguntando sobre Oscar e tudo mais, eu digo: ‘A gente está fazendo tudo direitinho, mas é preciso ter calma e respirar’. Porque esse termômetro agora, quando começam as indicações, as outras premiações, aí sim, eu começo a dizer que a gente tem um caminho que começa a parecer mais real do que há duas semanas”, explica.