Uma megaoperação das polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho terminou com 64 mortos e 81 presos nesta terça-feira (28). A ação ocorreu nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio, e é considerada pelo governador Cláudio Castro (PL) como “a maior operação das forças de segurança do Estado”.
Segundo a Polícia Civil, quatro dos mortos eram policiais. Outros agentes e moradores ficaram feridos durante os confrontos, que aconteceram em áreas de mata e se estenderam por cerca de 9 milhões de metros quadrados. Ao todo, 2,5 mil agentes foram mobilizados para cumprir cem mandados de prisão.
Entre os presos estão Thiago do Nascimento Mendes, o Belão, apontado como uma das lideranças do tráfico na região, e Nicolas Fernandes Soares, suspeito de atuar como operador financeiro da facção. Foram apreendidos 72 fuzis e uma grande quantidade de drogas, segundo o balanço parcial divulgado pelas autoridades.
Durante a operação, criminosos usaram drones para lançar bombas contra policiais, incendiaram veículos e montaram barricadas para bloquear vias, entre elas, trechos da Avenida Brasil. Em resposta, a Polícia Militar colocou todo o efetivo nas ruas e suspendeu atividades administrativas.
O governador Cláudio Castro afirmou que a ação foi planejada há mais de 60 dias e integra a Operação Contenção, uma estratégia permanente de combate à expansão do Comando Vermelho. Em coletiva, ele lamentou a falta de apoio federal:
“As nossas polícias estão sozinhas. Mais uma vez, não temos auxílio nem de blindados nem de agentes das forças federais. É o Rio de Janeiro completamente sozinho”, disse.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública, em nota, afirmou que tem atendido aos pedidos do governo fluminense e mantém a Força Nacional no Estado desde 2023, com atuação vigente até dezembro de 2025.