Bahia desponta como referência nacional em produção de café especial

Bahia desponta como referência nacional em produção de café especial

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Publicado em 24/10/2025 às 18:33 / Leia em 5 minutos

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O Centro-Sul baiano vem ganhando destaque na produção de cafés especiais. Esse é um café de excelência, com plantio sustentável e manejo criterioso que garante qualidade superior, doçura, acidez e aroma que só o solo baiano seria capaz de entregar. Duas regiões chamam a atenção por terem no café seu maior gerador de desenvolvimento econômico e social: Chapada Diamantina e Planalto da Conquista. Ambas carregam histórias que sustentam legados familiares e inspiram novos empreendedores rurais.

A Chapada Diamantina, por ser uma região montanhosa, favorece a produção do grão especial de café. A altitude, a temperatura e a orientação da encosta em que o cafezal se desenvolve são variáveis ambientais que imprimem um sabor diferenciado ao produto dessa região. Em 2024, o café da Chapada Diamantina alcançou um marco significativo ao obter a Indicação Geográfica por Denominação de Origem (DO). Este reconhecimento valoriza a singularidade do café produzido em 24 municípios da região, destacando suas características únicas, como sabor encorpado, adocicado, com acidez cítrica e notas de nozes e chocolate.

Em Piatã, uma família encontrou no café especial o sustento e o elo de conexão de suas gerações. Há 40 anos, Antonio Rigno iniciava a vida como cafeicultor. Assim como outros produtores locais, começou com o café commodity, mas logo viu no café especial uma aposta valiosa. Aos 76 anos, ele coleciona premiações internacionais, sendo também o melhor café do Brasil pelo Cup of Excellence por quatro vezes. Ele ainda cuida exclusivamente da produção, deixando a parte administrativa para os filhos.

Patricia Rigno, segunda geração da famosa família cafeicultora, expandiu o negócio com outra marca, a Tijuco Cafés Especiais, que deu origem também a uma cafeteria em Vitória da Conquista. O carro chefe, obviamente, é o café especial do patriarca. “Pra chegar até aqui, foi muito chão e esforço. Nós fazíamos as mudas de café com meu pai. Minha mãe torrava esse café da forma antiga e começou a vendê-lo de forma artesanal, escrevendo o rótulo à mão, inclusive”, lembra Patricia.

Com o avanço da produção e as premiações, a família Rigno passou a contar, cerca de dez anos atrás, com consultorias especializadas do Sebrae, como boas práticas agrícolas e capacitação para os produtores da Chapada Diamantina, os quais a entidade promove desde 2016.

Bahia desponta como referência nacional em produção de café especial

Planalto da Conquista

O SEBRAE/BA também vem atuando junto a essa cadeia produtiva no Planalto da Conquista, desde 2011.  O Planalto da Conquista é responsável pela produção do Café Arábica, que chegou à região na década de 1970, com a produção do café commodity. Hoje a região possui pequenos, médios e grandes produtores de cafés especiais, cujas propriedades possuem variedades diversas do Café Arábica, em meio a áreas de preservação de mata nativa, diferentes tipos de manejo, inclusive o orgânico.

Em 2024, através do Projeto Cafés Especiais do Planalto da Conquista, o Sebrae tem realizado a mobilização e conscientização dos produtores para que possam aprimorar a produção de cafés de qualidade, visando a conquista de um mercado diferenciado, agregando valor à produção e gerando qualidade de vida no campo.

Um dos contemplados por esse projeto é o engenheiro agrônomo Gianno Brito, do Café Vidigal. Assim como Patricia Rigno, Gianno é a segunda geração de cafeicultores, herdando do pai, Flavio Figueira de Brito, o gosto pelo trabalho que foi iniciado em 1973, mas que há 10 anos tem cara e rigor técnico próprios.

O manejo pós-colheita e o saber-fazer local são decisivos para a qualidade desse café especial que produtores como Vidigal e Rigno administram. “Trata-se de uma produção ainda pequena. A microtorrefação nesse padrão de cafés finos exige um padrão de qualidade que nós não vamos conseguir grandes volumes. E eu sou exigente quanto a isso. Toda a colheita precisa ser manual”, conta Brito.

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Hoje, ele já prepara o filho mais novo, Renato, de 20 anos, para a sucessão natural do negócio familiar. Cursando agronomia assim como o pai fez, o jovem já o acompanha em consultorias e participa do dia a dia da fazenda. “Ele já plantou milho e agora tem a própria área de café. Renato tá imbuído diretamente com a gente na propriedade, na parte técnica e administrativa, com uma visão muito empresarial. Eu tive um incentivo de meu pai, mas muito diferente do que procuro oferecer a Renato, que é o meu braço direito”, diz o engenheiro agrônomo.

Entre viagens e consultorias para produtores agrícolas, Gianno Brito fez o Planalto da Conquista ser anfitrião de um dos eventos mais importantes do país, o Encontro Nacional do Café, em Barra do Choça, que sempre conta com o apoio e participação do Sebrae.

E são iniciativas como essa que fortalecem o agronegócio baiano, divulgando seus êxitos e convidando para conhecer e valorizar o patrimônio cultural, econômico e gastronômico do estado. Na e-Agro25, evento realizando pelo Sebrae e Sistema Faeb/Senar, que acontece de 27 a 29 de novembro, em Salvador, histórias como as de Patricia Rigno e Gianno Brito poderão ser conhecidas de perto. É uma oportunidade para experimentar, aprender e se conectar com a riqueza que existe no campo do estado da Bahia. Informações e inscrições disponíveis no site eagrodigital.com.br.

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