A websérie “Anfitriãs”, com lançamento previsto para o próximo dia 25 de outubro, apresenta um registro cultural da Chapada Diamantina e suas manifestações tradicionais. A produção mostra o encontro revelador entre jovens artistas e mestras guardiãs da memória cultural, promovendo um diálogo intergeracional que busca conectar essa força ancestral às novas formas de expressão artística que nascem na região.
A narrativa acompanha a conexão entre as manifestações culturais populares, por meio das anciãs, e as artistas que visitaram as suas casas, associações, terreiros e espaços culturais para vivenciá-las numa intensa partilha de conhecimentos das tradições dessas comunidades localizadas nas cidades de Andaraí, Mucugê, Iraquara, Lençóis, Boninal, Palmeiras e Seabra.
“A Chapada Diamantina não pode ficar à mercê do olhar de fora, marcado por estereótipos (…) Se a gente não contar a nossa história, sempre vai ter alguém que conte, distorcendo nossas matrizes culturais, o que é muito sério porque além da identidade fragmentada, podemos perder nosso senso de pertencimento, de comunidade”, defende a diretora, atriz e roteirista Ludimila Agostinho.
Cada episódio é um encontro em que o saber tradicional é acolhido, escutado e reimaginado em novas expressões artísticas. Dessa partilha, nascem manifestações criativas do teatro, da dança, do circo, da música e das artes visuais. Mais do que um registro, “Anfitriãs” é um espaço de observação e reconhecimento que floresce em experiências artísticas plenas de sentido por corpos tocados pela beleza de suas próprias raízes.
Uma das artistas que participam da série, Ninha Almeida afirma que a proposta da obra se entrelaçou com seus anseios profissionais. “Como artista, já trago essas impressões no meu trabalho: a valorização das tradições e dos saberes ancestrais. Foi maravilhoso ter a oportunidade de estar frente a frente com uma mestra. Para mim, que já tenho dois espetáculos de circo e teatro solo sobre as tradições da Chapada Diamantina, é honrar as rezas, as benzedeiras, o conhecimento das parteiras, a sapiência das doceiras e de todas as pessoas que tiveram um quintal para suas vivências”, pontua.