Após cinco séculos de ruptura religiosa, rei Charles III e papa Leão XIV protagonizam reza inédita no Vaticano

Após cinco séculos de ruptura religiosa, rei Charles III e papa Leão XIV protagonizam reza inédita no Vaticano

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Tiago Mascarenhas

Vatican Media/Handout/REUTERS

Publicado em 23/10/2025 às 09:59 / Leia em 2 minutos

Em um gesto histórico que encerra séculos de distanciamento entre católicos e anglicanos, o rei Charles III participou, nesta quinta-feira (23), de uma cerimônia ecumênica ao lado do papa Leão XIV, na Capela Sistina, no Vaticano. O encontro marcou a primeira vez, desde o cisma anglicano em 1534, que um monarca britânico e um papa rezam juntos.

Governador supremo da Igreja Anglicana, Charles chegou ao Vaticano acompanhado da rainha Camilla pouco antes das 6h (horário de Brasília). A celebração, centrada na unidade cristã e na proteção da natureza, tema caro ao monarca britânico, reuniu tradições das duas igrejas, com a participação dos corais da Capela Sistina e da Capela de São Jorge, de Windsor.

O Vaticano e o Palácio de Buckingham classificaram o ato como um “momento histórico nas relações entre católicos e anglicanos”.

A visita marca também o primeiro encontro de Charles III com Leão XIV, eleito em maio após a morte do papa Francisco. O novo pontífice e o rei britânico celebraram juntos o Ano Santo da Igreja Católica, evento que ocorre a cada 25 anos e atrai milhões de peregrinos ao Vaticano.

Durante a passagem por Roma, Charles recebeu o título de “Confrade Real” na Basílica de São Paulo Extramuros, igreja que mantém vínculos tradicionais com a Igreja da Inglaterra.

O rei retribuiu o gesto concedendo a Leão XIV o título de “Confrade Papal da Capela de São Jorge, no Castelo de Windsor”. Um assento especial criado para o monarca permanecerá na basílica e poderá ser usado por futuros soberanos britânicos.

Gesto histórico

Especialistas classificam o gesto como simbólico e de grande relevância política. “É um evento histórico”, afirmou o professor de História Eclesiástica William Gibson, da Universidade Oxford Brookes, lembrando que, por lei, o monarca britânico deve ser protestante.

O Reino Unido manteve relações diplomáticas com o Vaticano apenas a partir de 1982, e foi só em 2013 que a legislação britânica passou a permitir que membros da família real casados com católicos mantivessem seus direitos sucessórios.

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