Grace Wales Bonner assume direção criativa da Hermès e se torna a primeira negra na chefia de uma grife de luxo europeia

Grace Wales Bonner assume direção criativa da Hermès e se torna a primeira negra na chefia de uma grife de luxo europeia

Redação Alô Alô Bahia

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Tiago Mascarenhas

Getty Images

Publicado em 22/10/2025 às 21:13 / Leia em 2 minutos

A Hermès anunciou, na última terça-feira (21), a nomeação da estilista britânica Grace Wales Bonner como nova diretora criativa da linha masculina, tornando-a a primeira mulher negra a ocupar o comando criativo de uma grife de luxo europeia. A escolha ocorre poucos dias após a saída de Véronique Nichanian, que ocupou o cargo por 37 anos.

Aos 33 anos, Wales Bonner é reconhecida por unir a tradição da alfaiataria britânica a referências do estilo afro-atlântico, reflexo direto de sua herança jamaicana e britânica. Sua estreia na Hermès está marcada para janeiro de 2027. A estilista se reportará ao diretor artístico da casa, Pierre-Alexis Dumas, herdeiro da sexta geração da família fundadora.

Em comunicado, Dumas destacou que a nova fase busca “um diálogo mútuo”, afirmando que a visão contemporânea de Wales Bonner sobre moda e cultura “ajudará a moldar o estilo masculino da Hermès, equilibrando a herança da marca com o presente”.

Em nota enviada à imprensa, a estilista celebrou a nova etapa. “É um sonho realizado embarcar neste novo capítulo, seguindo uma linhagem de artesãos e designers inspirados”, afirmou.

Com uma trajetória de destaque nas artes e na moda, Wales Bonner recebeu, em 2022, a Ordem do Império Britânico (MBE) por sua contribuição ao setor e, no ano anterior, foi premiada como melhor estilista de moda masculina pelo Conselho de Designers de Moda da América (CFDA).

Em 2023, foi curadora de uma mostra no MoMA, em Nova York, que reuniu obras ligadas à diáspora africana, e, em 2019, tornou-se a primeira designer a assinar uma exposição na Serpentine Gallery, em Londres.

Sua chegada à Hermès coincide com um momento de renovação nas grandes casas de moda europeias, marcado por estreias de novos nomes em grifes como Dior, Chanel, Balenciaga e Versace.

Também ocorre em meio a um cenário em que o debate sobre diversidade e representatividade nas lideranças criativas tem perdido força. Hoje, poucos estilistas negros, como Olivier Rousteing (Balmain) e Maximilian Davis (Ferragamo), ocupam cargos equivalentes.

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