Três grandes exposições entram em cartaz na capital baiana a partir desta semana, sendo duas delas no Museu de Arte da Bahia e uma no Museu de Arte Contemporânea da Bahia. As aberturas oficiais serão na quinta-feira (23). A entrada é gratuita.
A ceramista e professora Hilda Salomão, considerada uma das maiores referências da cerâmica na Bahia e no Brasil, celebra 50 anos de trajetória artística com a exposição “O Caminho de Volta – Andarilhos”. Com curadoria de Alejandra Muñoz, a mostra reúne 50 obras, entre esculturas, painéis e instalações, que evidenciam a força poética e espiritual da artista. Mais do que uma retrospectiva, a exposição propõe um reencontro simbólico entre passado e presente.
Peças emblemáticas como Andarilho, Senhora do Tempo e Procissão evidenciam a densidade simbólica e a espiritualidade presentes na obra de Hilda. A mostra ocupa a recém-inaugurada Galeria Jardim, no MAB. Durante a abertura, na quinta (23), às 18h, será lançado o livro homônimo, que revisita meio século de criação e pesquisa da artista.Também no MAB, às 18h, o artista chileno radicado na Bahia José Ignacio apresenta a exposição “Desperta, Ferro!”, com curadoria de Alana Silveira. O trabalho é resultado de dois anos de pesquisa e criação, reunindo 20 esculturas produzidas a partir de ferro, madeira e pedra.
Formado em arquitetura, Ignacio coletou fragmentos de demolições e materiais de descarte em mais de 20 ferros-velhos de Salvador. A partir desses elementos, construiu esculturas de forte presença simbólica, muitas de grande porte, algumas com cerca de três metros de altura.
No Museu de Arte Contemporânea da Bahia, a partir das 17h, o artista Cipriano apresenta sua primeira exposição individual, “Hálito e Fumaça”, com curadoria de Renato Menezes. Em cartaz até 23 de novembro, a mostra foi concebida como uma instalação site-specific para a Galeria 3, propondo uma experiência imersiva em torno da espiritualidade e das tradições afrodescendentes.
A mostra reúne apenas duas obras e uma das canções que o artista entoa em seus rituais criativos, transformando o espaço expositivo em um território de transmutação, onde corpo, palavra e pintura se entrelaçam num rito de passagem entre o visível e o invisível, entre ancestralidade e contemporaneidade.