Artistas do Vale do Capão, Ilhéus, Vitória da Conquista e Feira de Santana vão ocupar o Museu de Arte da Bahia; confira a programação

Artistas do Vale do Capão, Ilhéus, Vitória da Conquista e Feira de Santana vão ocupar o Museu de Arte da Bahia; confira a programação

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Luana Veiga

Divulgação

Publicado em 20/10/2025 às 16:39 / Leia em 6 minutos

Em mais uma edição do programa O Vila Ocupa o MAB, o Teatro Vila Velha leva ao Museu de Arte da Bahia a Mostra Teatro de Cabo a Rabo, que acontece entre os dias 22 e 26 de outubro, com uma intensa programação cultural que homenageia os 30 anos do Teatro Popular de Ilhéus, criado por Echio Reis, que também fundou o Vila em 1964. A entrada é gratuita. 

No dia 22 de outubro, às 19h, a programação terá início com a apresentação do espetáculo “Borépeteĩ.Uno”, palavra que na língua tupi significa “o que contém tudo e está contido em tudo”. A montagem propõe a retomada do sentido de humanidade e a capacidade dos seres humanos de ver para além do que a vista alcança. Na mesma data, acontece o pré-lançamento das coletâneas da editora TPI “Arquivos da cena – 30 anos de dramaturgia”, com peças de Équio Reis e Romualdo Lisboa, e “Terreiro do brincar – teatro para infâncias”, com peças de Romualdo Lisboa. 

O público poderá participar também da oficina “Desmontando Borépeteī.Uno”, que acontece no dia 23 de outubro, das 9h às 13h, apresentando os processos criativos do TPI, suas técnicas e estéticas. As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas através deste link.  

A Mostra Teatro de Cabo a Rabo promove também bate-papos através do Fala Vila, projeto criado pelo Teatro Vila Velha em 1994 para discutir temas politicamente relevantes nos mais diversos setores da sociedade – e especialmente do cenário artístico e cultural. A programação também inclui os espetáculos “Néu Amistrongui e o Jegue Apolo” (Vitória da Conquista), O Salto – Oca das Artes (Vale do Capão/Chapada Diamantina) e “AKOKO LATI WA NI – Tempo de Ser” – Cia. ÚNICA de Teatro (Feira de Santana)

 

Confira a programação:

 

“Borépeteĩ.Uno” – Teatro Popular de Ilhéus

22 de outubro;

19h;

Museu de Arte da Bahia.

Com texto de Romualdo Lisboa e tradução para o tupi de Consuelo Costa e Katu Tupinambá, o espetáculo Borépeteĩ, que na língua tupi significa uno (o que contém tudo e está contido em tudo), é uma montagem do Teatro Popular de Ilhéus que propõe a retomada do sentido de humanidade, e a capacidade dos seres humanos de ver para além do que sua vista alcança. Diante da distopia que o país viveu nos últimos anos, quando pensamentos reacionários, exercícios de autoritarismo e cultos à desinteligência dominaram o cotidiano, o TPI apresenta um experimento cênico que evidencia a potência dos povos originários.

A montagem traz no elenco Tânia Barbosa, Elane Nascimento, Aldenor Garcia, Pablo Lisboa, Guilherme Pessoa e Ely Izidro como técnico atuador, participações em vídeos e áudios de Katu Tupinambá, Cacique Ramon, Nádia Akawã, Pytuna, Îagwara e Casé Angatu. Com direção musical e composições de Pablo Lisboa, edição e montagem de vídeos de Carlos Ortlad, direção de movimento de Luis Alonso-Aude, preparação vocal de Antônio Melo, figurinos, adereços, cenário e dispositivos cênicos de Shicó do Mamulengo, direção de Romualdo Lisboa e Luís Alonso-Aude. O espetáculo é uma parceria do Teatro Popular de Ilhéus com o Observatório Astronômico e Núcleo de Artes da Universidade Estadual de Santa Cruz. 

 

 “Néu Amistrongui e o Jegue Apolo” – Grupo Finos Trapos (Vitória da Conquista)

24 de outubro;

15h;

Museu de Arte da Bahia.

Ingressos: Plataforma Sympla.

“Néu Amistrongui e o Jegue Apolo” é o primeiro espetáculo de bonecos do Grupo de Teatro Finos Trapos. A peça narra a história de Néu, um jovem nordestino que descobre na literatura a possibilidade de viajar até a Lua. Determinado, e acompanhado de seu fiel jegue, Apolo, ele embarca nessa experiência de criar sonhos. Inspirado pelas obras de Mário Cravo Jr. e Silvio Jessé, este espetáculo utiliza elementos visuais do imaginário nordestino para transmitir um profundo sentimento de pertencimento e valorização cultural à comunidade de Vitória da Conquista, Bahia.

 

O Salto – Oca das Artes (Vale do Capão/Chapada Diamantina)

25 de outubro;

17h (sessão com tradução em libras) e 19h30;

Museu de Arte da Bahia;

Ingressos: Plataforma Sympla ou no local, na bilheteria do Museu. 

“O Salto” é um solo autobiográfico que atravessa memórias, corpo e território. Livremente inspirado na infância de Ninha Almeida no Vale do Capão, o espetáculo evoca o universo rural e simples em que a artista cresceu, despertando lembranças que se desdobram em cena como poesia física. Com o equilíbrio em arame como técnica circense central, a obra transita entre o teatro, a dança e a música, criando composições cênicas que misturam delicadeza e potência. Em um corpo que desafia o risco e ressignifica o espaço, emergem temas como o empoderamento feminino, a consciência ambiental e a presença de um corpo negro em constante travessia.

 

“AKOKO LATI WA NI – Tempo de Ser” – Cia. ÚNICA de Teatro (Feira de Santana)

26 de outubro;

17h e 19h30;

Auditório do Museu de Arte da Bahia;

Ingressos: Plataforma Sympla ou na bilheteria do Museu. 

O espetáculo conta a história de Dofona, Dofonitinho e Famo, três yawôs e estudantes de teatro às vésperas de montar a peça de formatura. Em busca de respostas sobre seu próprio tempo de vida e existência, eles vão ao terreiro de Candomblé pedir à sua yalorixá que pergunte a Iroko, o orixá do tempo, como é possível ter tempo para ser. Jovens, negros, e alvo de um genocídio estrutural, sua jornada gira em torno da pergunta essencial: como envelhecer? Como escapar das balas do racismo e viver uma vida plena, para além da lógica do ter?

Nessa corrida pela vida, eles mergulham em suas identidades negras, guiados pela sabedoria da yalorixá. Confrontam a professora Clássica figura que representa um teatro colonizador e encontram-se com Iroko. Através de música, dança, teatro e poesia, a dramaturga Onisajé constrói uma narrativa afromítica, no que denomina como Macumdrama, dentro da poética do Teatro Preto de Candomblé. 

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