Crise: cresce o número de mulheres que adotam o celibato e culpam o sexo casual

Crise: cresce o número de mulheres que adotam o celibato e culpam o sexo casual

Redação Alô Alô Bahia

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Publicado em 12/10/2025 às 10:41 / Leia em 3 minutos

Mandana Zarghami, de 29 anos, decidiu adotar o celibato por quatro anos — e diz que os homens facilitaram sua escolha. Para ela e muitas mulheres de sua geração, a chamada “cultura do sexo casual”, amplificada pelos aplicativos de namoro, tem sido um dos principais fatores por trás do esvaziamento da intimidade nas relações.

“A cultura do sexo casual não beneficia as mulheres de forma alguma. Beneficia apenas o homem”, declarou Mandana ao jornal New York Post. “Não estou aqui para julgar, mas, ao mesmo tempo, o sexo casual arruína aquele momento especial e íntimo que você teria com alguém com quem realmente deseja passar o resto da vida”, completou a americana, que vive na Flórida.

Mandana faz parte de um movimento crescente entre jovens das gerações Y e Z (nascidos entre 1981 e 2010), que estão alimentando uma “recessão sexual” sem precedentes nos Estados Unidos. Ao contrário do que ocorria em outras épocas, a decisão de se abster do sexo não é motivada por crenças religiosas, mas por cansaço com o ambiente dos aplicativos e com a superficialidade dos relacionamentos contemporâneos.

Após uma série de decepções amorosas, ela optou por uma mudança radical. “Os primeiros seis meses a um ano foram incrivelmente difíceis, porque acho que, como humanos, prosperamos nessa conexão com outra pessoa. Mas então um ano virou dois, depois três, e então quatro. Fiz essa promessa a mim mesma: até estar num relacionamento sério, quero ser celibatária”, contou.

No ano passado, Mandana quebrou o próprio voto, mas logo retomou o celibato ao perceber que o parceiro “não valia a pena”.

O mesmo raciocínio é compartilhado por outras jovens. Kayla Caputo, influenciadora de moda e viagem de Nova Jersey, também de 29 anos, afirma que o sexo casual transformou o namoro em algo raso. “Sinto que a cultura do sexo casual arruinou o namoro, porque quase parece que esse é o objetivo final. As pessoas estão tão treinadas agora a simplesmente pedir para você ir para casa com elas. É tão bizarro”, desabafou.

Para ela, dormir com alguém logo após conhecê-lo “confunde o julgamento sobre como você realmente se sente em relação à pessoa”.

A enfermeira viajante Ema Skauminaite, de 28 anos, atualmente morando na Noruega, compartilha da mesma visão e está celibatária há cinco meses. “Tenho várias amigas que também se tornaram celibatárias. É tão generoso fazer parte dessa tribo e alimentar essas amizades e relacionamentos, em vez de desperdiçar energia, dinheiro e tempo num encontro do Tinder”, disse ao NY Post.

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