Trump anuncia tarifa de 100% contra a China e reacende tensão comercial entre as potências

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou, nesta sexta-feira (10), que pretende aplicar tarifas adicionais de 100% sobre produtos chineses a partir de 1º de novembro. A decisão marca uma nova escalada na relação entre Washington e Pequim, reacendendo temores de uma guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.

Em publicações na Truth Social, Trump afirmou que avalia um “aumento massivo” nas tarifas de importação e outras medidas retaliatórias contra a China, após acusações de que o país estaria restringindo a exportação de elementos ligados às chamadas terras raras, grupo de 17 minerais essenciais para a fabricação de tecnologias como chips, celulares e computadores.

O republicano declarou ainda não ver “motivo algum” para se reunir com o presidente chinês, Xi Jinping, encontro que estava previsto para o fim do mês durante a Cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC), na Coreia do Sul. Pequim não havia confirmado oficialmente a reunião.

Segundo Trump, as recentes ações da China podem “congestionar os mercados” e dificultar o abastecimento global de materiais estratégicos, mas ressaltou que os EUA também têm “posições monopolistas mais fortes”, que até então não haviam sido usadas “porque não havia motivo, até agora”.

A nova rodada de tarifas vem após o governo chinês incluir cinco elementos à lista de controle de exportações e ampliar as restrições sobre o uso de semicondutores e tecnologias de refino. Atualmente, a China é responsável por mais de 90% do processamento mundial desses minerais.

O anúncio provocou reação imediata nos mercados financeiros. O índice S&P 500 caiu 2%, enquanto investidores buscaram refúgio em títulos do Tesouro americano, fazendo os rendimentos recuarem. O ouro valorizou e o dólar perdeu força frente a outras moedas.

Até o momento, nem a Casa Branca nem a embaixada chinesa em Washington se pronunciaram sobre o assunto. Representantes do Tesouro e do Escritório de Comércio dos EUA, responsáveis pelas negociações com Pequim, também não comentaram a decisão.