A Polícia Civil de São Paulo localizou, nesta sexta-feira (10), em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, uma fábrica clandestina de bebidas alcoólicas apontada como origem das garrafas adulteradas que causaram a morte de duas pessoas por intoxicação com metanol no estado.
Segundo as investigações, o grupo responsável pela produção ilegal comprava combustível etanol em postos de gasolina para utilizar na fabricação das bebidas. O etanol estaria adulterado com metanol, substância altamente tóxica e potencialmente letal, o que teria provocado os casos de intoxicação registrados.
A descoberta ocorreu no curso de uma investigação aberta para apurar a adulteração de bebidas alcoólicas após dois óbitos na capital paulista. As vítimas haviam consumido uma “vodka” no mesmo estabelecimento comercial, o que levou os investigadores a rastrear a origem dos produtos.
Durante as diligências, a polícia identificou os fabricantes e cumpriu mandados de busca e apreensão no endereço da fábrica clandestina, desmantelando o esquema. A proprietária do local foi presa em flagrante pelo crime de adulteração de bebidas.
Uma das vítimas é o empresário Ricardo Lopes Mira, de 54 anos. No bar onde ele teria ingerido a bebida, localizado no bairro da Mooca, Zona Leste da capital paulista, os agentes apreenderam nove garrafas, uma de gin e oito de vodka, algumas abertas e outras lacradas.
Peritos identificaram a presença de metanol em oito das nove garrafas analisadas, com concentrações elevadas que variavam entre 14,6% e 45,1%. A polícia segue investigando o caso para identificar outros possíveis envolvidos e pontos de distribuição das bebidas adulteradas.