Bailarina de Salvador conquista bolsa no Canadá para estudar balé clássico: ‘Quero representar a Bahia pelo mundo’

Bailarina de Salvador conquista bolsa no Canadá para estudar balé clássico: ‘Quero representar a Bahia pelo mundo’

Redação Alô Alô Bahia

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Publicado em 09/10/2025 às 14:21 / Leia em 3 minutos

Aos 19 anos, a bailarina baiana Gabriella Assis está prestes a viver um dos capítulos mais importantes de sua trajetória. Natural de Salvador, ela foi aprovada com bolsa integral na Victoria Academy of Ballet, no Canadá, onde deve iniciar, assim que obtiver o visto, um programa de formação voltado para jovens bailarinos que almejam atuar em companhias profissionais.

Negra, baiana e com um corpo fora dos padrões tradicionais do balé clássico, Gabriella transforma cada conquista em símbolo de representatividade. “Quero que meninas e meninos negros saibam que também há lugar para eles nos palcos”, afirma a artista, que iniciou sua jornada na dança aos três anos.

Desde então, passou por festivais nacionais e internacionais, concluiu todos os exames da Royal Academy of Dance e construiu um currículo sólido, apesar dos desafios. “Meu sonho é representar a Bahia pelo mundo e abrir portas para quem vem depois de mim”, diz.

Bailarina de Salvador conquista bolsa no Canadá para estudar balé clássico: ‘Quero representar a Bahia pelo mundo’

A trajetória, no entanto, foi marcada por obstáculos. Gabriella enfrentou negativas de visto para os Estados Unidos, mesmo após aprovações em audições, além de enfrentar estigmas e cobranças mais duras dentro do universo do balé. “Ela precisou se dedicar três vezes mais”, relata a professora Juliana De Vecchi, da Ebateca Pituba.

O incentivo familiar foi fundamental. A mãe, Mariane Assis, acompanhou cada passo. “Essa conquista não é só dela, é de todas as meninas que acreditam que podem estar em qualquer palco do mundo.”

Além do esforço pessoal, políticas públicas também foram decisivas. Gabriella conta com patrocínio da Secretaria de Cultura da Bahia (Secult), mas ainda busca novos apoiadores para viabilizar os três anos de estudos no Canadá. “Só conseguimos transformar vidas com políticas culturais. Sem elas, não concretizamos sonhos”, reforça Raíssa Rocha, diretora da Ebateca Imbuí.

Para Emerson Nascimento, bailarino profissional e mentor da jovem, Gabriella representa algo maior: “Quando uma consegue, todas conseguem.”

Apesar da oportunidade internacional, ela já faz planos para retornar à Bahia. O objetivo é compartilhar o conhecimento com jovens da comunidade, mantendo o compromisso com a transformação social por meio da dança. “Ser diferente não é limite, é potência. Cada conquista minha é também de quem vem depois.”

 

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