Em passagem pelo Rio de Janeiro para participar do Festival do Rio, onde apresenta sua estreia na direção com o documentário “In-I in Motion”, a atriz francesa Juliette Binoche destacou sua admiração por “O Agente Secreto”, longa brasileiro de Kleber Mendonça Filho. O filme foi consagrado no Festival de Cannes com o prêmio de Melhor Ator para Wagner Moura e Melhor Direção para Mendonça Filho, em júri presidido justamente pela própria Binoche.
“Eu simplesmente gostei do começo ao fim,” afirmou a atriz. “Eu amei a forma como é filmado, eu amei a imaginação, a alegria de viver e as nossas diferenças. Eu amo a mulher mais velha, ela é a melhor,” disse, em referência a Tânia Maria, intérprete da já popular Dona Sebastiana, favorita do público.
Sobre Wagner Moura, Binoche foi enfática: “Eu gosto desse tipo de presença que Wagner está passando no filme, esse tipo de distância mas onde ainda há intimidade, há uma facilidade e, ao mesmo tempo, é muito focado por dentro”, detalhou a atriz, que entregou pessoalmente, em Paris, um prêmio ao baiano.
“Eu acho que foi um filme cheio de imaginação e ainda assim a sensação meio anos 1970 que você podia sentir, mas reinventada. Quer dizer, eu amei cada pedacinho e eu disse para Kleber, ‘Eu adoraria trabalhar com você porque você é um herói para mim’”, revelou.
Na mesma entrevista, a francesa, escolhida como Melhor Atriz Coadjuvante em 1997 por seu papel em “O Paciente Inglês”, confirmou que fará um projeto no Brasil, embora não tenha revelado o nome do diretor. Binoche participa do Festival do Rio exibindo o documentário que dirigiu sobre os bastidores do espetáculo “In-I”, de 2007, criado em parceria com o dançarino Akram Khan. A proposta da colaboração foi simples: ele a ajudaria a dançar, e ela o ajudaria a atuar.