Dois peixes-leões foram capturados na Bahia, nesta quarta-feira (1º), o que ascendeu novamente a preocupação de pesquisadores com a presença da espécie invasora no litoral do estado.
Os registros mais recentes ocorreram em dois pontos distintos: na Ilha de Itaparica, na Baía de Todos-os-Santos, e em Cumuruxatiba, distrito de Prado, no extremo sul.
O grupo Bioinvasão Marinha na Bahia informou que, somente em 2025, já foram contabilizados seis avistamentos do animal: Morro de São Paulo (17 de fevereiro), Salvador (29 de abril), Taipu de Fora (19 de julho), Porto Seguro (14 de agosto) e, mais recentemente, Itaparica e Cumuruxatiba.

Foto: Geraldo Ramos da Silva
Originário do Indo-Pacífico, o peixe-leão não tem predadores naturais na costa brasileira e representa uma séria ameaça à fauna marinha, já que é um predador voraz e venenoso.
Pesquisadores do Programa Ecológico de Longa Duração dos Ecossistemas Marinhos da Baía de Todos-os-Santos já identificaram 36 espécies exóticas invasoras nas águas baianas. Embora os impactos de algumas delas ainda não sejam plenamente conhecidos, os efeitos do peixe-leão já preocupam: ele reduz populações nativas e desequilibra o ecossistema.
A chegada dessas espécies ao Brasil costuma ocorrer de forma acidental. Muitas vezes, são transportadas em embarcações que passam pela região, fixadas nos cascos ou trazidas em plataformas marítimas.
No caso do peixe-leão, a dispersão também pode acontecer pelas correntes oceânicas, ampliando o risco de expansão no litoral brasileiro.