Escolas do interior da Bahia usam jogos eletrônicos para incluir alunos neurodivergentes

Escolas do interior da Bahia usam jogos eletrônicos para incluir alunos neurodivergentes

Redação Alô Alô Bahia

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José Mion/Alô Alô Bahia

Divulgação

Publicado em 02/10/2025 às 14:08 / Leia em 3 minutos

No interior da Bahia, escolas públicas estão transformando a forma de ensinar ao adotar jogos digitais como ferramentas pedagógicas. A iniciativa utiliza a plataforma educacional Minedu, inspirada no universo do Minecraft, e já está presente em municípios como Feira de Santana, Conceição da Feira, Coração de Maria e Uauá.

A proposta é conduzida pela edtech Dulino, por meio de seus laboratórios de educação 7.0, que unem tecnologia, ludicidade e pertencimento cultural. O foco é tornar o ensino mais inclusivo, especialmente para estudantes neurodivergentes, como autistas e jovens com TDAH.

“Nosso objetivo é transformar o conteúdo curricular em uma experiência significativa, que respeite os diferentes ritmos e modos de aprender”, explica Raphael Gadelha, CEO da Dulino. Segundo ele, a gamificação cria ambientes interativos que ampliam a acessibilidade escolar. “O jogo oferece estímulos visuais, narrativas abertas e liberdade criativa, elementos que dialogam de forma especial com alunos neurodivergentes”, acrescenta.

Foto: Divulgação

Entre os mundos virtuais criados pelos estudantes baianos estão ícones da cultura e arquitetura local, como o Mercado Municipal de Feira de Santana e a Catedral Metropolitana de Sant’Ana. As construções digitais aproximam os conteúdos escolares da identidade dos alunos, valorizando a cultura baiana e fortalecendo a representatividade no processo de aprendizagem.

O impacto, porém, não é apenas pedagógico. A gamificação transforma a dinâmica escolar: professores assumem o papel de mediadores e os estudantes se tornam protagonistas, resolvendo desafios, tomando decisões e construindo coletivamente. Educadores já relatam maior engajamento e motivação, principalmente entre alunos com dificuldades de atenção. Além disso, o ambiente colaborativo fortalece valores como empatia, respeito às diferenças e autoestima.

A experiência também conecta os jovens a outros patrimônios culturais do Brasil e do exterior. Entre as recriações já realizadas estão o Cristo Redentor (RJ), a Catedral de Brasília (DF), a Arena do Grêmio (RS), além da Torre Eiffel e do Museu do Louvre, em Paris. Essa diversidade amplia o repertório geográfico e cultural dos estudantes, sem que eles percam o vínculo com suas próprias raízes.

Para Raphael Gadelha, o segredo do projeto está em conectar currículo, cultura e diversidade. “Quando o estudante percebe que sua cidade, sua cultura e suas características individuais fazem parte da aula, tudo muda”, afirma.

 

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