Celebrando quatro décadas de carreira, Daniela Mercury afirmou que ainda enfrenta olhares diferentes por ser uma artista nordestina. Em entrevista ao programa “Estúdio I”, da GloboNews, a cantora relembrou sua trajetória artística, que sempre esteve alinhada com a musica baiana.
“Eu abri mão de alterar a minha música, de cantá-la em outras línguas mais. Eu até gravei em espanhol, mas sempre mantendo a essência da letra. Gravei muito pouco em inglês, porque eu aposto em levar a música com o meu sotaque. Eu me lembro que quando eu vim com o Canto da Cidade, diziam assim: não cante ‘Coração’. Mas eu sou baiana, porque essa altura, depois de tanto tropicalismo aqui, vocês estão preocupados com o meu sotaque, não é?“, relembrou.
Daniela também fez uma reflexão sobre o preconceito que, segundo ela, ainda atinge artistas do Nordeste. “Mesmo hoje, em 2025, os prêmios brasileiros ainda olham para a gente como se a gente fosse periférico. Mesmo sendo a maioria dos artistas brasileiros internacionais sendo do Norte e Nordeste“, disparou.
A artista aproveitou para destacar as referências que moldaram sua carreira e ressaltou a importância dos pais na formação de seu olhar artístico. “Eles que fizeram também a minha arte ter a ver com minha comunidade, porque na minha casa a gente cultivava essa relação de amor pela cultura da cidade de Salvador, o samba. Eu queria levar o samba dos blocos afro a Didá comigo no palco”, afirmou.