Começa ao pôr do sol desta quarta-feira (1º) a celebração do Yom Kippur, também conhecido como o “Dia do Perdão” — a data mais sagrada do calendário judaico. O período de 25 horas é marcado por jejuns, orações e reflexões, com o objetivo de promover a reconciliação espiritual com Deus e com o próximo.
A abertura das cerimônias acontece com a oração Kol Nidré, entoada nas sinagogas no início da noite. O encerramento ocorre na noite de quinta-feira (2), com a prece Ne’ilá, que simboliza o desejo dos fiéis de serem inscritos no “Livro da Vida”.
Durante o Yom Kippur, os judeus observam cinco práticas tradicionais: abster-se de comer e beber, não usar calçados de couro, não tomar banho, não usar perfumes e evitar relações conjugais. No entanto, há exceções por motivos de saúde, e a preservação da vida está acima de qualquer regra religiosa.
Dez Dias de Arrependimento
A data encerra o ciclo iniciado no Rosh Hashaná, o Ano-Novo judaico. O intervalo entre as duas datas é conhecido como os “Dez Dias de Arrependimento”, tempo dedicado à autocrítica, reconciliação e busca por perdão — tanto espiritual quanto social.
De acordo com a tradição, não basta pedir perdão a Deus: é preciso corrigir erros e restabelecer laços humanos rompidos. O Yom Kippur reforça a ideia de que o perdão verdadeiro começa com ações concretas em relação ao outro.
Yom Kippur no Brasil
No Brasil, as principais celebrações acontecem em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, onde há grandes comunidades judaicas. Algumas sinagogas organizam transmissões online dos serviços religiosos. Pessoas de outras crenças também são bem-vindas a acompanhar, com respeito, as reflexões e simbologias do dia.
O Yom Kippur também vem sendo citado em comunidades cristãs, especialmente em igrejas evangélicas e católicas, como inspiração para reforçar valores universais como arrependimento, perdão e reconciliação.
Mais do que uma tradição religiosa, o Yom Kippur carrega uma mensagem atemporal: reconhecer os próprios erros, pedir perdão e recomeçar. Por isso, todos os anos, milhões de judeus ao redor do mundo param suas rotinas para viver um dia de introspecção, silêncio e renovação da fé.