Restaurante Maria de São Pedro celebra 100 anos com evento especial no Mercado Modelo

Restaurante Maria de São Pedro celebra 100 anos com evento especial no Mercado Modelo

Redação Alô Alô Bahia

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Divulgação

Publicado em 01/10/2025 às 23:35 / Leia em 2 minutos

Um dos maiores símbolos da culinária e da resistência cultural da Bahia, o Restaurante Maria de São Pedro completa 100 anos de história e será homenageado em um evento especial nesta quinta-feira (2), no Mercado Modelo, no bairro do Comércio, em Salvador. A celebração deve reunir personalidades da cultura, da política e da gastronomia baiana.

Fundado em 1925 por Dona Maria de São Pedro, mulher negra e autodidata, o restaurante nasceu nas ruas do Comércio, onde ela vendia comida para trabalhadores da região portuária. Com talento singular e sabedoria ancestral, Dona Maria abriu seu primeiro ponto em frente à Companhia das Docas do Estado da Bahia (CODEBA) e, ao longo das décadas, passou por outros endereços até se consolidar nas imediações do Elevador Lacerda, onde permanece até hoje.

O restaurante sobreviveu a crises econômicas e a dois incêndios. Atualmente, é comandado pelas netas da fundadora e gera cerca de 30 empregos diretos, mantendo viva a tradição da culinária baiana com afeto e autenticidade.

Mais do que um ponto gastronômico, o Maria de São Pedro se transformou em um reduto cultural e político. Por suas mesas já passaram nomes como Jorge Amado, Pablo Neruda, Pierre Verger, Simone de Beauvoir, Jean-Paul Sartre, Vinícius de Moraes, Chico Buarque, Camafeu de Oxóssi e Martinho da Vila. Dona Maria também foi responsável por servir o banquete oficial dos 400 anos da cidade de São Paulo, além de eventos importantes como a posse de Getúlio Vargas e do então governador da Bahia, Antônio Balbino.

Com um dos CNPJs mais antigos do país, o restaurante segue como referência da comida de raiz, em um cenário de constante transformação da gastronomia. O centenário marca não apenas a longevidade de um empreendimento familiar, mas a força de uma mulher que cozinhava por vocação e construiu, com suas mãos, um dos maiores patrimônios imateriais da Bahia.

 

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