Quatro alunas do Colégio Estadual Professor Carlos Valadares, em Santa Bárbara, no interior da Bahia, desenvolveram um óleo corporal sustentável que funciona como bronzeador e pós-sol.
Batizado de “Sol Dourado”, o produto foi elaborado com ingredientes regionais como buriti e hibisco e busca unir cuidado com a pele e valorização da biodiversidade.
Sob orientação da engenheira de alimentos Ana Luiza da Silva Rezende Guanais e coorientação de Charlene Cristine de Jesus, as estudantes Alice Mascarenhas, Riana Azevedo, Rachel Azevedo e Mariana das Mercês iniciaram a pesquisa em abril de 2025.

Foto: Arquivo Pessoal
O projeto surgiu da observação do potencial dos insumos vegetais nordestinos e da demanda crescente por cosméticos veganos.
A formulação inclui manteiga de karité, vitamina E, óleo de buriti, hibisco seco e mica dourada. Os componentes foram escolhidos por propriedades como hidratação, ação antioxidante, cicatrização, realce do tom da pele e efeito iluminador.
Segundo Mariana das Mercês, em entrevista ao g1 Bahia, o objetivo é oferecer um produto que “une beleza, bem-estar e consciência ambiental, valorizando recursos locais de forma saudável”.
O desenvolvimento envolveu levantamento científico, formulação e testes práticos. Em julho, 20 voluntários participaram de avaliações sensoriais, que registraram boa aceitação quanto a aroma, textura e espalhabilidade.

Foto: Arquivo Pessoal
Um dos diferenciais foi a adaptação para utilizar farinha de buriti na extração do óleo, já que a safra do fruto maduro não coincidiu com o período de produção. Além disso, a essência de hibisco foi preparada artesanalmente com álcool de cereais, o que conferiu aroma suave e propriedades antioxidantes.
A equipe já planeja registrar patente após a conclusão dos testes de eficácia e segurança dermatológica. “Todos os procedimentos são cruelty-free, sem uso de animais. A proteção da metodologia é fundamental para garantir reconhecimento à inovação”, destacou a professora Ana Luiza.
O projeto integra o Pinga Saberes – Clube STEAM do Sertão e conta com o apoio da Secretaria da Educação da Bahia, do Lab Maker do Senai Feira de Santana e dos clubes de ciências Semente da Bahia e Conexões STEAM.