Ministro diz que ‘tudo indica’ que bebida contaminada por metanol foi distribuída em outros estados

Ministro diz que ‘tudo indica’ que bebida contaminada por metanol foi distribuída em outros estados

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Com informações de Correio

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Publicado em 30/09/2025 às 14:53 / Leia em 3 minutos

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, anunciou nesta terça-feira (30) que a Polícia Federal iniciou uma investigação para identificar a origem do metanol usado para adulterar bebidas alcoólicas em São Paulo. Ele ressaltou que há indícios de que a rede de distribuição possa operar também em outros estados.

O metanol é extremamente tóxico e pode causar morte. Em São Paulo, seis casos de intoxicação foram confirmados, incluindo três óbitos, enquanto outros dez ainda estão em apuração. Um caso foi descartado. Segundo o Ministério da Saúde, não há sinais de novos casos. Até o momento, a PF não identificou nenhuma marca ou importação específica ligada às ocorrências.

O processo conhecido como “batismo” das bebidas consiste em falsificadores que adulteram garrafas de marcas famosas, como gin e vodca, adicionando metanol ao conteúdo. Após a alteração, os produtos são colocados no mercado. Quem consome a bebida contaminada pode demorar horas até apresentar sintomas, que incluem cólica intensa e perda de visão.

Na segunda-feira, Lewandowski determinou ao diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, que abrisse o inquérito para apurar a procedência da substância e mapear a rede de distribuição, que aparentemente ultrapassa os limites de São Paulo.

“Tudo indica que há distribuição para além do estado de São Paulo”, afirmou o ministro. Ele acrescentou que o número elevado e incomum de intoxicações chamou atenção, já que normalmente casos de metanol envolvem pessoas em situação de vulnerabilidade.

Diante da situação, o sistema federal que monitora intoxicações por causas desconhecidas emitiu alerta nacional. No sábado (27), a Secretaria de Defesa do Consumidor divulgou nota técnica orientando estabelecimentos a redobrar atenção a bebidas alcoólicas suspeitas, analisando rótulos e embalagens com aparência alterada.

A fiscalização já começou. Lojas onde foram identificadas bebidas contaminadas receberão notificações do Ministério da Justiça para rastrear fornecedores, descobrir quem manipulou os produtos e determinar quais tipos de bebidas foram consumidos pelas vítimas.

Para o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, os casos recentes representam uma situação “anormal”. “O país costuma ter 20 casos por ano de intoxicação por metanol. A partir de setembro, já tivemos quase metade das notificações anuais concentradas em São Paulo, o que chama atenção”, explicou. O ministério irá publicar nota técnica detalhando os sintomas e definindo critérios para casos suspeitos, orientando profissionais de saúde sobre como agir.

O país conta com 32 centros de informação e assistência toxicológica do SUS, disponíveis em todos os estados, para orientar a população sobre intoxicações.

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, também não descartou envolvimento do crime organizado. Ele citou investigações anteriores sobre a cadeia de combustível, que revelaram um esquema envolvendo importação de metanol pelo porto de Paranaguá, reforçando a necessidade de apuração. “A investigação dirá se há conexão com o crime organizado”, disse Rodrigues, contrariando a posição do secretário da Segurança Pública de SP, Guilherme Derrite (PL).

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