Líder em mineração no Nordeste, Bahia aposta em pesquisa e inovação para fortalecer produção sustentável

Líder em mineração no Nordeste, Bahia aposta em pesquisa e inovação para fortalecer produção sustentável

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Tiago Mascarenhas

CMB/Reprodução

Publicado em 30/09/2025 às 09:12 / Leia em 3 minutos

A Bahia ocupa posição de destaque na mineração brasileira, sendo o terceiro maior produtor mineral do país e líder no Nordeste. O estado concentra operações únicas na América Latina, como a produção de níquel sulfetado a céu aberto em Itagibá, pela Atlantic Nickel, essencial para baterias elétricas e para a agricultura, e a extração de vanádio em Maracás, utilizada em setores estratégicos como energia e transporte.

O município de Caetité, por sua vez, concentra a única produção de urânio do Brasil, com reservas estimadas em 87 mil toneladas, segundo as Indústrias Nucleares do Brasil (INB).

Esse cenário é resultado de investimentos contínuos em pesquisa mineral. A Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM) destaca que o estado lidera nacionalmente em 18 substâncias minerais. A atuação conjunta da CBPM, da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e do Serviço Geológico do Brasil tem permitido, ao longo de cinco décadas, mapear potenciais econômicos e consolidar a mineração como vetor de desenvolvimento.

Para o presidente da CBPM, Henrique Carballal, não há mineração responsável sem conhecimento geológico. Ele cita projetos estratégicos em andamento, como o Ferro Verde, voltado para descarbonizar a siderurgia; o Projeto Irecê, que deve garantir independência na produção de fertilizantes fosfatados; e a instalação da primeira fábrica de vidro solar fora da China, em Belmonte, em parceria com a Homerun Brasil.

A geóloga Rejane Luciano, doutora em Geociências e Meio Ambiente pela Ufba, ressalta que a diversidade geológica baiana, que reúne rochas de diferentes eras, amplia o potencial de exploração.

Ela defende, no entanto, que o crescimento deve estar aliado a práticas sustentáveis e inclusivas, que envolvam desde a capacitação de comunidades até medidas para reduzir impactos ambientais.

No primeiro semestre de 2025, a mineração no estado faturou R$ 6,8 bilhões, aumento de 33,3% em relação ao mesmo período de 2024. Foram US$ 754 milhões em exportações, contra US$ 36 milhões em importações, além da criação de 367 empregos diretos.

Especialistas apontam, porém, que gargalos de infraestrutura limitam o avanço. A Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), vista como peça-chave para o escoamento da produção, teve a primeira etapa suspensa com 75% das obras concluídas. A Bamin, responsável pelo projeto, informou que mantém serviços de manutenção e obrigações socioambientais, enquanto busca novos investidores para a retomada.

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